Trump e os republicanos no Congresso criticaram a JCPOA, classificado pelo presidente estadunidense como um dos piores acordos da história.
O líder norte-americano não cumpriu com a promessa de se retirar unilateralmente do acordo, mas a administração está atualmente revendo se o levantamento de sanções contra o Irã é do interesse da segurança nacional dos EUA.
"É especialmente alarmante que os Estados Unidos, através das palavras do presidente Trump, confirmem sua posição irreconciliável e critiquem fortemente o Plano Conjunto de Ação, que permitiu resolver o problema nuclear iraniano", disse Lavrov a repórteres.
O ministro de Relações Exteriores russo acrescentou que a reunião do grupo P5 + 1, responsável pelo JCPOA, ocorreria à margem da Assembléia Geral da ONU.
"A reunião seria dedicada à implementação do JCPOA. Nós nos guiaremos pelas avaliações profissionais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) […] Defenderemos este documento, esse consenso, que foi aceito com o alívio de toda a comunidade internacional e realmente fortaleceu a estabilidade regional", disse Lavrov.
Também em Washington, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse que o acordo nuclear do Irã deve ser alterado ou os EUA não podem permanecer parte do pacto.
Em uma entrevista na Fox News, ele disse que as chamadas cláusulas de pôr-do-sol, sob as quais algumas das restrições do acordo de 2015 sobre o programa nuclear do Irã expiram ao longo do tempo, eram particularmente preocupantes.
"Se nós vamos ficar com o acordo do Irã, tem que haver mudanças. As disposições do acaso simplesmente não são um caminho sensato a seguir", disse Tillerson. "É simplesmente… empurrar com a barriga novamente para alguém no futuro ter que lidar com isso".
O Irã e o grupo P5 + 1 (China, França, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha) assinaram o JCPOA para garantir a natureza pacífica do programa nuclear do Irã em 14 de julho de 2015.
Sob este acordo, o Irã prometeu abster-se de desenvolver ou adquirir armas nucleares em troca do levantamento das sanções impostas contra o Irã. Uma resolução da ONU foi aprovada pouco depois, reafirmando o acordo nuclear.