Segundo uma das pessoas presentes informou à Sputnik Brasil, o evento — também uma solenidade da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) — corria sem problemas até que um homem portando uma camiseta com símbolos nazistas invadiu o local no momento em que o filho mais novo de Che recebia a medalha, em nome do seu pai (morto em 1967).
O causador do tumulto foi rapidamente retirado da sala, em meio a muitos insultos.
Em seguida, o filho de Che recebeu a homenagem em nome do seu pai, a quem definiu “com toda a honestidade” como “um homem com grande princípio revolucionário que deu a sua vida por toda a América Latina”.
A medalha foi entregue pela secretária-geral Valmíria Guida, ex-militante do grupo guerrilheiro MR-8. Ela integrou a mesa debatedora do encontro, ao lado do filho de Che, do presidente da Casa da América Latina Bolívar Meirelles, do conselheiro da Casa Raimundo de Oliveira, e do professor de História Lincoln Penna.
Segundo Meirelles, o objetivo do encontro era também celebrar os dez anos da instituição, que surgiu com objetivo de defender os objetivos dos interesses latino-americanos “contra as ações imperialistas”. Para Bolívar, é fundamental fazer essa homenagem nesse cenário político atual no Brasil e no mundo.
“A Casa surgiu com foco de integração do Brasil à América Latina. A instituição defende ainda a autonomia latino-americana e os direitos dos povos cubanos. É muito importante, nessa crise política e institucional que acontece no país e nos resto do mundo, em que os direitos dos trabalhadores estão sendo destruídos, a violência aumenta com o crescimento da miséria e o fascismo também cresce na mesma proporção, que se resgate os princípios de igualdade pregados pelo 'comandante' Che Guevara, que juntamente com o líder Fidel Castro, lutaram pela emancipação do povo cubano”, declarou, em comunicado.
Durante o evento, ainda foi exibido o filme Diários de Motocicleta, de Walter Moreira Salles.