Os resultados do referendo poderão se tornar um fator de incerteza nos mercados de petróleo. Atualmente, a questão principal é saber como os curdos administrarão seus recursos se a maioria votar a favor da independência.
As maiores reservas de petróleo no Iraque ficam precisamente nas províncias curdas. De acordo com a agência Bloomberg, o governo do Curdistão estima que suas reservas de petróleo atinjam 45 bilhões de barris.
Em 2016, a região extraiu 544 mil barris de petróleo diariamente, enquanto se espera que em 2017 a produção diária aumente para 602 mil barris. Esses volumes de extração são semelhantes aos do Equador e do Catar.
Se o Curdistão se tornar independente do Iraque, suas reservas de petróleo superarão as da Nigéria, um país africano que faz parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
É por isso que essa organização pode estar interessada na adesão do Curdistão à OPEP, informa o portal russo Investing. Para a organização é muito importante manter os acordos alcançados, que preveem a redução da produção de petróleo e, como consequência, o aumento dos preços no mercado.
Segundo cenário
A Turquia, onde também existem minorias curdas, opõe-se à realização do referendo. Se os curdos votarem a favor da separação do Iraque, Ankara poderia fechar o porto de Ceyhan para as mercadorias curdas, afirmam Michael Knights, especialista do Instituto de Washington e Michael Rubin, analista do Instituto Empresarial Americano.
Segundo Knights, o possível fechamento do principal oleoduto pela Turquia acabaria com as receitas do setor energético do Curdistão.
Gregory Brew, em um artigo para o portal Oil Price, declarou que, se o Iraque se dividir em dois países, milhares de barris de petróleo poderão inundar o mercado mundial, o que pode provocar graves consequências.