"Neutrino espacial e rajadas rápidas de rádio são os dois enigmas mais interessantes do Universo no momento. Acreditamos que possam estar ligados entre si. No entanto, tal ligação não existe, o que indica que buracos negros e erupções de raios gama não sejam as fontes desses sinais de rádio", afirmou Justin Vandenbroucke da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA).
Pela primeira vez, astrônomos começaram a estudar misteriosas rajadas rápidas de rádio (fast radio-burst, FRB, em inglês) em 2007, quando as últimas foram descobertas por acaso durante observações através do telescópio Parkes (Auatrália).
Mais posteriormente, astrofísicos descobriram que sinais FRB são repetitivos, encontrando outras propriedades extraordinárias dos mesmos, incompatíveis com as versões sobre origem natural das erupções.
Vandenbroucke e seus colegas observaram as erupções com o telescópio de neutrinos IceCube no Polo Sul e descobriram novas provas de que buracos negros e fortíssimas explosões de estrelas não podem originar estes sinais de rádio enigmáticos.
Ao realizarem observações, cientistas se basearam em um princípio simples — a maioria das "explosões espaciais" é acompanhada por grandes emissões de neutrino. Deste modo, se as rajadas FRB fossem originadas naturalmente, seriam acompanhadas por um fluxo de neutrino de força igual.
No total, a equipe de cientistas do IceCube e astrônomos do observatório Parkes conseguiram seguir 30 sinais de rádio, inclusive 17 que vieram de um mesmo lugar.
Por sua vez, comenta Vandenbroucke, após esta descoberta, os cientistas estão mais próximos de descobrir a origem destas erupções. Estão mais misteriosas, pois a partir de agora uma séria de astros não pode servir de fonte.
A equipe de IceCube planeja em breve realizar mais uma série de observações por erupções FRB para detectar suas fontes de origem.