O documentário "The Warship's Secret" (O Segredo do Navio de Guerra), lançado em 26 de setembro, diz que o navio dinamarquês de última geração Lauge Koch teria sido construído na Polônia por escravos norte-coreanos. As acusações foram justificadas por contratos, recibos e testemunhas.
O Lauge Koch, que custou à Dinamarca mais de US$ 80 milhões (R$ 253, 16 milhões) e será revelado em dezembro, é obra da construtora de navios Karstsensens Skibsvaerft, que terceirizou a construção para a Crist, na Polônia, que, por sua vez, recrutou um subcontratante polonês que recorreu a trabalhadores norte-coreanos pela companhia Rungrado. A empresa pública Rungrado foi penalizada pelas sanções por alegado comércio de tecnologia de mísseis.
The 3rd #DanishNavy Knud Rasmussen-class offshore patrol vessel HDMS Lauge Koch will join the fleet soon (Sep 20). Photo: Trygve Eriksen pic.twitter.com/xMFDg5w3qT
— Naval Analyses (@D__Mitch) 21 de setembro de 2016
Por enquanto, não está claro quanto dinheiro dos contribuintes dinamarqueses foi parar na Coreia do Norte.
"Trabalhadores norte-coreanos no exterior são uma importante fonte de renda, usada para desenvolver programas nuclear e de míssil da Coreia do Norte", disse Jai-chul Choi, embaixador da Coreia do Sul na Dinamarca no documentário da DR. "Caso a verba de impostos dos contribuintes tenha sido usada para programas nuclear e de mísseis, será uma catástrofe", acrescentou.
Alguns partidos dinamarqueses já exigiram explicações do ministro da Defesa do país, Claus Hjort Frederiksen.
"É um caso constrangedor para as autoridades polonesas, mas também é um caso constrangedor para o Ministério da Defesa dinamarquês", disse o porta-voz do Partido Social-Liberal da Dinamarca, Martin Lidegaard.
"Seria completamente escandaloso caso seja verdade que trabalho escravo norte-coreano tenha sido usado em um país da UE como a Polônia. Mas eu não vejo o que pode ser feito para investigar as alegações sobre a construção do Lauge Koch agora, alguns anos depois de o navio ter sido concluído", escreveu o ministro da Defesa dinamarquês, Claus Hjort Frederiksen, em e-mail à DR.
Segundo o documentário, os trabalhadores norte-coreanos vivem em condições próximas da escravidão, privados de seus passaportes e da liberdade de circulação, sendo vigiados constantemente e trabalhando até 20 horas por dia. Anteriormente, algumas organizações não governamentais descreveram os norte-coreanos como "escravos modernos".