A Finlândia anunciou a sua participação do CMX – exercício anual da OTAN de consulta e tomada de decisão – através de um comunicado de imprensa do Ministério das Relações Exteriores de seu país.
CMX significa Exercício de Gestão de Crises. As manobras CMX com países-membros da OTAN, Finlândia, Suécia e a UE serão realizadas entre 4 e 11 outubro, baseadas em um cenário militar fictício sem aplicação de força.
Além da OTAN e dos centros estratégicos de operações militares, espera-se que esses exercícios envolvam pessoal civil e militar em representações-participantes da OTAN e quartéis-generais. A Finlândia será representada pelo Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Defesa, o Estado-Maior e pela representação do país nórdico em Bruxelas.
O Ministério das Relações Exteriores finlandês não revelou detalhes do cenário e geografia dos exercícios, mas se referiu à OTAN como coordenadora das manobras. O ministério enviou explicação detalhada do CMX ao parlamento, mas pediu aos Comitês das Relações Exteriores e o da Defesa para guardá-la em segredo.
"A OTAN coordena estes exercícios, cria o seu cenário e decide que tipo da informação tem que ser classificada", disse Mikko Kinnunen, funcionário do Ministério das Relações Exteriores finlandês, ao jornal llta-Sanomat.
A "guerra híbrida" é um termo vago que vem ganhando impulso nos últimos anos. Na maioria das vezes, é usado em referência a uma combinação de ameaças militares tradicionais e ameaças à segurança civil. Seus exemplos populares incluem disseminação de desinformação ou notícias falsas através de mídia social, ataques cibernéticos ou tropas anônimas denominadas normalmente de "pequenos homens verdes". Embora a guerra híbrida seja menos perturbadora em comparação com a guerra tradicional, afirma-se que foca especificamente nas fraquezas de um país e semeia insegurança entre a população local.
No ano passado, quando os planos para estabelecer esse centro em Helsinque foram anunciados pela primeira vez, o vice-secretário de Estado responsável pelos assuntos da UE, Jori Arvonen, disse que as ameaças à ciberguerra estavam aumentando e mudando, identificando a Rússia e o Daesh como "os que têm uma influência híbrida" na nação escandinava.
A Finlândia começou a participar do CMX em 1998 e neste ano será o 9º exercício dela. O Ministério das Relações Exteriores finlandês especialmente frisou que os exercícios têm em foco o apoio à parceria da Suécia e Finlândia com a OTAN. No ano passado, o presidente finlandês, Sauli Niinisto, elogiou a importância do CMX para a Finlândia.
A Suécia, por sua vez, participa do CMX de vez em quando desde 1997.
Apesar do envolvimento crescente da Suécia e Finlândia nas operações da OTAN, Niistro disse em setembro que é muito provável que os países europeus renunciem à sua dependência da OTAN e à assistência dos EUA no futuro, dando passos rumo à garantia de segurança com seus próprios esforços. Para ele, esse processo seria muito longo.