A Rússia e seus aliados não são a única força que opera no território sírio, ressaltou o militar. Além dela, existem a coalizão antiterrorista dos EUA, integrada por 60 países, bem como a coalizão "islâmica" de 34 nações, criada pela Arábia Saudita.
"De todas as três, apenas a [coalizão] liderada pela Rússia age em conformidade com o direito internacional e com autorização do governo sírio. Os norte-americanos e sauditas representam nada mais que uma agressão, já que Damasco oficial não solicitou sua intervenção", comentou o coronel.
Balanço dos êxitos
O envolvimento russo mudou dramaticamente a situação no terreno, bem como abriu caminho rumo aos êxitos diplomáticos. Assim, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU descartaram a demanda de afastamento de Bashar Assad do poder e agora, após dois anos, seu papel na resolução da crise síria está fora de dúvidas, frisou o especialista.
Além do mais, a Rússia contribuiu bastante para o rearmamento do exército sírio com equipamentos modernos, o que fez com que os militares do país árabe passassem da defensiva à ofensiva e fossem libertando suas cidades e territórios. Finalmente, Moscou realizou operações humanitárias na Síria, desde o envio de víveres ao povo sírio até à desminagem de áreas do país.
Quadro internacional
Moscou desempenhou o principal papel na criação da tríade Rússia-Irã-Turquia, que acordou e garantiu a trégua na Síria entre as forças governamentais e a oposição armada.
"Legalidade e confiabilidade das ações da Rússia atraiu para seu lado outros países, entre os quais está a Turquia, membro da OTAN e um país que anteriormente apelava à derrota de Bashar Assad", sublinhou Le The Mau, que também indicou o Iraque, Líbia e Afeganistão, que estabeleceram contatos com Moscou em relação à luta antiterrorista.
'Feira' de armas
Estas demonstrações resultaram no auge do interesse pelo material bélico russo. Uma prova disso é a recente compra pela Turquia dos S-400 russos para a sua defesa antiaérea.
No caso particular do Vietnã, avalia o coronel, a "alta eficácia das armas russas confirma a decisão estratégica correta de Hanói", que continua comprando armamentos russos para seu exército.
"No passado, o Exército Popular do Vietnã, dotado com armas soviéticas confiáveis, conseguiu vencer a França e os EUA apesar de sua superioridade militar. […] A atual estreita cooperação reflete completamente o caráter estratégico das relações bilaterais entre a Rússia e Vietnã", concluiu o militar.