'De três coalizões que operam na Síria, apenas a encabeçada pela Rússia é legítima'

© Foto / Ministério da Defesa da RùssiaDia-a-dia na Base Aérea da Rússia na Síria
Dia-a-dia na Base Aérea da Rússia na Síria - Sputnik Brasil
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Cumpridos dois anos da operação antiterrorista da Rússia na Síria, Sputnik recolheu diferentes opiniões sobre a evolução da crise síria. Entre elas, a do coronel do exército vietnamita, Le The Mau, destaca a clareza e transparência da presença russa no país árabe.

A Rússia e seus aliados não são a única força que opera no território sírio, ressaltou o militar. Além dela, existem a coalizão antiterrorista dos EUA, integrada por 60 países, bem como a coalizão "islâmica" de 34 nações, criada pela Arábia Saudita.

"De todas as três, apenas a [coalizão] liderada pela Rússia age em conformidade com o direito internacional e com autorização do governo sírio. Os norte-americanos e sauditas representam nada mais que uma agressão, já que Damasco oficial não solicitou sua intervenção", comentou o coronel.

Balanço dos êxitos

Dia-a-dia na Base Aérea da Rússia na Síria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Analista sobre 'perdas' da Rússia na Síria: Daesh precisa ao menos de vitórias virtuais
Quanto aos resultados da operação antiterrorista russa, Le The Mau sublinhou que a Rússia visa objetivos claros e transparentes: eliminar os grupos terroristas, apoiar o governo de Bashar Assad e os civis sírios na defesa de sua soberania e manter a integridade territorial da Síria. Por sua vez, os objetivos dos EUA buscam derrotar o presidente sírio sob pretexto da "luta antiterrorista".

O envolvimento russo mudou dramaticamente a situação no terreno, bem como abriu caminho rumo aos êxitos diplomáticos. Assim, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU descartaram a demanda de afastamento de Bashar Assad do poder e agora, após dois anos, seu papel na resolução da crise síria está fora de dúvidas, frisou o especialista.

Além do mais, a Rússia contribuiu bastante para o rearmamento do exército sírio com equipamentos modernos, o que fez com que os militares do país árabe passassem da defensiva à ofensiva e fossem libertando suas cidades e territórios. Finalmente, Moscou realizou operações humanitárias na Síria, desde o envio de víveres ao povo sírio até à desminagem de áreas do país.

Quadro internacional

Soldado do exército sírio hasteia a bandeira nacional do seu país durante uma batalha com jihadistas em Aleppo, Síria - Sputnik Brasil
Mais de 89% do território da Síria está livre do Daesh
A crise síria é um dos focos dos enfrentamentos políticos do século XXI, e os êxitos da Rússia criam um novo equilíbrio de forças no Oriente Médio, destacou o militar.

Moscou desempenhou o principal papel na criação da tríade Rússia-Irã-Turquia, que acordou e garantiu a trégua na Síria entre as forças governamentais e a oposição armada.

"Legalidade e confiabilidade das ações da Rússia atraiu para seu lado outros países, entre os quais está a Turquia, membro da OTAN e um país que anteriormente apelava à derrota de Bashar Assad", sublinhou Le The Mau, que também indicou o Iraque, Líbia e Afeganistão, que estabeleceram contatos com Moscou em relação à luta antiterrorista.

'Feira' de armas

Sapadores russos em Palmira (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Sapadores russos começam a desminar cidade síria de Deir ez-Zor
Durante a campanha síria, a Rússia testou em condições reais seus diferentes sistemas de armamento, desde caças modernos até mísseis de cruzeiro.

Estas demonstrações resultaram no auge do interesse pelo material bélico russo. Uma prova disso é a recente compra pela Turquia dos S-400 russos para a sua defesa antiaérea.

No caso particular do Vietnã, avalia o coronel, a "alta eficácia das armas russas confirma a decisão estratégica correta de Hanói", que continua comprando armamentos russos para seu exército.

"No passado, o Exército Popular do Vietnã, dotado com armas soviéticas confiáveis, conseguiu vencer a França e os EUA apesar de sua superioridade militar. […] A atual estreita cooperação reflete completamente o caráter estratégico das relações bilaterais entre a Rússia e Vietnã", concluiu o militar.

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