Ex-presidente colombiano sobre Trump: 'terremoto' que decreta guerra à América Latina

© flickr.com / Agencia de Noticias ANDESErnesto Samper, secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul)
Ernesto Samper, secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) - Sputnik Brasil
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América Latina deve buscar meios para alcançar a suficiência, tanto econômica como política, comentou em uma entrevista à Sputnik o ex-presidente colombiano Ernesto Samper.

"Temos que olhar para dentro, cada vez que acontece uma crise, nós esperamos que nos salvem a China, Europa ou EUA, eu creio que as possibilidades de fazer algo forte existem na região", opina o ex-presidente.

Na opinião dele, a maior ameaça hoje em dia para a América Latina é o presidente norte-americano Donald Trump. Ele nota que "perseguindo os imigrantes, construindo muros e renunciando a acordos com Cuba, ele declarou guerra à região".

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Um dos mecanismos simbólicos que favorecerá a integração regional da América Latina é o conceito de cidadania latino-americana, assegura Samper.

"Trata-se de um conceito de casa grande em que possamos nos sentir como na nossa própria casa", comentou.

"O passaporte é uma espécie de emblema, que não será um mero caderno como um "Passaporte Unasul", mas um documento com o qual seria possível viajar por toda a América Latina e, em particular, pelo Sul, sem necessidade de ter passaporte", disse Samper.

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O ex-presidente explicou que "se tem pouco a pouco conseguido remover os obstáculos que impedem a mobilidade de sul-americanos, o que tem a ver com a possibilidade de trabalhar, existe o visto de turismo, que pode ser aplicado em toda América do Sul, permite uma mobilidade absoluta de se deslocar para qualquer tipo de atividade sem necessidade de ter um passaporte".

"A cidadania latino-americana também tem a ver com a possibilidade de estudar, têm sido concluídos acordos na área de educação entre todos os países que hoje permitem ir estudar a outro país se as matérias estudadas forem validadas", analisou.

Contudo, segundo Samper, "a cidadania tem a ver com a identidade: enquanto os europeus experimentam um processo de integração que trata de criar uma nação única, nós somos uma nação que está fazendo a integração, que tem a mesma língua, as mesmas raças históricas, outros bens comuns".

"De tal maneira que podemos criar os fundamentos, construir algo mais sólido, o que seria, aquilo que eu chamaria de cidadania", constatou.

O político recordou que "uma pesquisa que fizemos na Unasul mostrou que 68% dos latino-americanos não querem sair da região, somente se mover dentro dela, não somos um hemisfério de imigrantes potenciais, também é claro que se deslocar dentro da região não é uma imigração, é simplesmente uma deslocação".

Samper participa nestes dias no Terceiro Fórum Internacional “Rússia e Ibero-América no Mundo Globalizado: História e Perspectivas” que se realiza na cidade russa de São Petersburgo.

O evento, organizado pela Universidade Estatal de São Petersburgo, o Instituto da América Latina da Academia das Ciências Russa, o Roscongress, o Fundo Egor Gaidar, a Associação Mexicana de Ciências Políticas, o Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais e o Instituto Bering-Bellingshausen para as Américas, se realiza entre 2 e 4 de outubro.

Patrocinam o Fórum o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, o governo de São Petersburgo, o Banco Santander e o fundo "Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo".

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