"O governo espanhol atua como um Estado autoritário. Olhe, o que eles fizeram no domingo, usando a violência contra civis que só queriam votar. O governo espanhol permite a detenção de opositores políticos, influencia a mídia e bloqueia sites. Você pode ouvir o som de helicóptero que voa acima do nosso edifício? Estamos sendo seguidos dia e noite. O que é isso, senão o Estado autoritário?", disse Puigdemont em uma entrevista com o jornal alemão Bild publicado na quarta-feira.
O líder catalão também expressou desapontamento pela falta de críticas da União Europeia (UE) sobre ações violentas da polícia espanhola durante a votação de domingo.
"As liberdades fundamentais dos cidadãos europeus protegidos pela lei foram violadas. Mas a União Europeia está em silêncio. Quando ocorre algo como isso na Turquia, na Polônia ou na Hungria, há uma indignação colossal [de Bruxelas]", afirmou Puigdemont.
O líder da Catalunha enfatizou que os catalães iriam "na medida do possível" para alcançar a independência da região. No entanto, a violência não será usada para atingir esse objetivo, enfatizou Puigdemont.
A votação catalã do domingo foi realizada apesar da oposição de Madri, que, ao lado de Bruxelas, considerou ilegal.
De acordo com as autoridades da região autônoma, mais de 90% dos eleitores apoiaram a independência da Catalunha em relação à Espanha. O referendo foi ofuscado por confrontos violentos entre a polícia espanhola e os eleitores deixando centenas de feridos.
Alguns dos líderes dos Estados membros da UE condenaram a violência. A Comissão Europeia também disse que a violência não poderia ser um instrumento de política, mas referindo-se à situação como a questão interna espanhola.