"A eleição do presidente Donald Trump fez com que muitas pessoas se sintam muito desconfortáveis com o fato de ele sozinho autorizar o uso de armas nucleares", disse a chefe da ICAN, Beatrice Fihn, a repórteres em Genebra.
We did it! #nuclearban pic.twitter.com/6EDNYXcLw3
— ICAN (@nuclearban) 7 de julho de 2017
Ela disse que o líder dos EUA parece ter um histórico de "não ouvir a experiência" e insistiu que a supervisão de um arsenal nuclear maciço "apenas coloca um destaque" sobre os perigos de tais armas para o mundo todo.
A ICAN foi premiada com o prêmio Nobel da Paz por conta da sua busca pela desnuclearização do planeta.
"A ICAN tem sido a principal protagonista da sociedade civil no esforço para conseguir uma proibição de armas nucleares sob o direito internacional", disse um porta-voz do prêmio Nobel.
ICAN has been the leading civil society actor in the effort to achieve a prohibition of nuclear weapons under international law. #NobelPrize
— The Nobel Prize (@NobelPrize) 6 de outubro de 2017
"O Comitê do Nobel enfatiza que o próximo passo para alcançar um mundo livre de armas nucleares deve envolver os Estados que possuem armas nucleares", acrescentou.
The Nobel Committee emphasizes that the next steps towards attaining a world free of nuclear weapons must involve the nuclear-armed states.
— The Nobel Prize (@NobelPrize) 6 de outubro de 2017
O Comitê do Nobel enfatizou ainda que os próximos passos para a conquista de um mundo livre de armas nucleares devem envolver os Estados com armas nucleares, “para eliminar gradualmente as 15 mil armas nucleares do mundo”.
A ICAN foi oficialmente lançada em 2007 com o objetivo de promover os ideais delineadas no Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares. O tratado foi ratificado por 50 Estados em 20 de setembro de 2017.
Os EUA, o Reino Unido, a França, a China, Israel e a Rússia estavam entre os Estados de armas nucleares que não assinaram.
História
O famoso prêmio Nobel da Paz, concedido a indivíduos ou grupos para promover a paz e a "fraternidade entre as nações", foi anunciado nesta sexta-feira em Oslo, na Noruega. Ele foi concebido pelo fabricante sueco de armamentos Alfred Nobel e escolhe os seus premiados anualmente desde 1901.
Este ano, 318 candidatos e 103 organizações foram considerados pelo Comitê Nobel norueguês. A comissão é composta por cinco membros, designados pelo parlamento norueguês.
Os indicados para o Prêmio Nobel da Paz nunca são anunciados antes da cerimônia e há uma regra de sigilo de 50 anos, o que significa que as listas restritas só podem ser reveladas anos mais tarde.
O fundo do prêmio transmitido aos vencedores neste ano será de pouco mais de US$ 1 milhão (9 coroas suecas).
Os vencedores do passado incluem o ícone dos direitos civis Martin Luther King Jr, o presidente sul-africano Nelson Mandela e a figura católica Madre Teresa de Calcutá.
Em 2014, Malala Yousafzai tornou-se a mais nova vencedora do prêmio por seu esforço em destacar direitos educacionais e a "supressão de crianças" no Paquistão. A jovem de 20 anos foi baleada por homens armados do Talibã em 2012, enquanto tentava pegar o ônibus para escola.