As publicações saíram em resposta à publicação do livro de um analista norte-americano do Instituto Projeto 2049 chamado "Invasão a Taiwan: Defesa de Taiwan e estratégia norte-americana na Ásia" ("The Chinese Invasion Threat: Taiwan Defense and American Strategy in Asia").
Nos últimos anos, este tema ficou fora de discussão. Durante a presidência de Ma Ying-jeou, o país seguia cominho rumo à integração econômica e cultural com o resto do continente. O analista militar Vasily Kashin, em entrevista à Sputnik China, comentou a situação atual e a posição dos EUA.
Ao mesmo tempo, começou a crescer a rivalidade e desconfiança nas relações entre a China e os EUA. Durante o governo de Trump, apareceu a oportunidade de fornecimentos a Taiwan de armamentos modernos e mais potentes, como, por exemplo, do caça F-35. Mais uma vez entra na agenda a questão da cooperação militar entre a China e Taiwan. A própria discussão do tema parece ser politizada e pode ser influenciada por interesses especiais (por exemplo, dos produtores de armas).
A própria questão da prontidão da China de tornar Taiwan parte do seu território através da força, segundo autor do livro citado acima, não é novidade. Claro que os planos renovados e modificados de conquistar Taiwan sempre foram considerados pela China. Será que Pequim tem algum limite de tempo para resolver o problema de Taiwan antes de partir para uso da força? É improvável que exista resposta concreta para esta pergunta, embora a existência de tal limite pareça irreal.
O autor do livro, ao que tudo indica, apela para que Taiwan seja reconhecida como país livre e independente, aliado dos EUA. Contudo, tal ângulo terá consequências globais. De fato, ele corresponde à escolha de uma Guerra Fria contra a China, que seria travada em todas as frentes e muito mais rigorosa do que a entre os EUA e a Rússia. Os EUA já estão envolvidos no confronto, de certa forma inevitável, com a Rússia, foram incapazes de limitar o seu envolvimento nos processos no Oriente Médio e estão se afundando cada vez mais no Afeganistão. A China, por sua vez, tem a liberdade de ações e constantemente aumenta o seu potencial militar.
Apesar da opinião popular nos círculos militares dos EUA sobre a China como maior rival potencial dos Estados Unidos, de qualquer forma os norte-americanos serão incapazes de conter a China efetivamente em longo prazo e é pouco provável que façam algo mais do que fornecer armas para Taiwan.