Que papel EUA desempenhariam em caso de conflito militar no Estreito de Taiwan?

© AFP 2023 / SAM YEHMilitares taiwanenses durante exercícios Han Guang em Pintung, Taiwan, 25 de agosto de 2016
Militares taiwanenses durante exercícios Han Guang em Pintung, Taiwan, 25 de agosto de 2016 - Sputnik Brasil
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Uma série de artigos de edições taiwanesas e internacionais em resposta à publicação do livro de um analista norte-americano mais uma vez atrai atenção ao cenário do conflito militar nas bordas do Estreito de Taiwan.

As publicações saíram em resposta à publicação do livro de um analista norte-americano do Instituto Projeto 2049 chamado "Invasão a Taiwan: Defesa de Taiwan e estratégia norte-americana na Ásia" ("The Chinese Invasion Threat: Taiwan Defense and American Strategy in Asia").

Nos últimos anos, este tema ficou fora de discussão. Durante a presidência de Ma Ying-jeou, o país seguia cominho rumo à integração econômica e cultural com o resto do continente. O analista militar Vasily Kashin, em entrevista à Sputnik China, comentou a situação atual e a posição dos EUA.

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Antes da presidência de Tsai Ing-wen, Taiwan raramente era considerada região conflituosa na Ásia. A atenção estava concentrada no mar do Sul da China, nas controvérsias sino-japonesas e na situação da península da Coreia. A realidade é outra. Estas mudanças não se limitam à vitória do Partido Democrático Progressista nas eleições presidenciais em 2016. Ainda mais anteriormente, na política interna de Taiwan apareceram forças novas e mais jovens, possuidoras de opinião radical quanto ao continente. Os protestos em massa em Hong Kong em 2014 afetaram negativamente a popularidade do conceito "um país – dois sistemas" em Taiwan. Ficou claro que as forças políticas de Taiwan avançam para um lado oposto do vantajoso para Pequim.

Ao mesmo tempo, começou a crescer a rivalidade e desconfiança nas relações entre a China e os EUA. Durante o governo de Trump, apareceu a oportunidade de fornecimentos a Taiwan de armamentos modernos e mais potentes, como, por exemplo, do caça F-35. Mais uma vez entra na agenda a questão da cooperação militar entre a China e Taiwan. A própria discussão do tema parece ser politizada e pode ser influenciada por interesses especiais (por exemplo, dos produtores de armas).

A própria questão da prontidão da China de tornar Taiwan parte do seu território através da força, segundo autor do livro citado acima, não é novidade. Claro que os planos renovados e modificados de conquistar Taiwan sempre foram considerados pela China. Será que Pequim tem algum limite de tempo para resolver o problema de Taiwan antes de partir para uso da força? É improvável que exista resposta concreta para esta pergunta, embora a existência de tal limite pareça irreal.

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Que fatores serão determinantes para China dar início a uma guerra caso os meios pacíficos se esgotem? O potencial militar de Taiwan desempenha um papel secundário, e o autor do livro reconhece isso, levando em consideração o papel limitado dos fornecimentos de armas. A capacidade da China de resolver o problema de Taiwan depende das capacidades dos EUA de interferir e das capacidades do Exército de Libertação Popular de neutralizar as Forças Armadas dos EUA no oceano Atlântico. O fator-chave será a prontidão dos EUA de ajudar Taiwan e a capacidade das Forças Armadas norte-americanas de integrar Taiwan em sua estratégia.

O autor do livro, ao que tudo indica, apela para que Taiwan seja reconhecida como país livre e independente, aliado dos EUA. Contudo, tal ângulo terá consequências globais. De fato, ele corresponde à escolha de uma Guerra Fria contra a China, que seria travada em todas as frentes e muito mais rigorosa do que a entre os EUA e a Rússia. Os EUA já estão envolvidos no confronto, de certa forma inevitável, com a Rússia, foram incapazes de limitar o seu envolvimento nos processos no Oriente Médio e estão se afundando cada vez mais no Afeganistão. A China, por sua vez, tem a liberdade de ações e constantemente aumenta o seu potencial militar.

Apesar da opinião popular nos círculos militares dos EUA sobre a China como maior rival potencial dos Estados Unidos, de qualquer forma os norte-americanos serão incapazes de conter a China efetivamente em longo prazo e é pouco provável que façam algo mais do que fornecer armas para Taiwan.

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