O Banco Central russo aumentou a compra do metal precioso depois das sanções antirrussas adotadas pelos EUA e União Europeia em 2014. Desde então, o banco adquiriu cerca de 100 toneladas de ouro, mais do que qualquer outro banco central do mundo.
O consultor financeiro Gabriel Rubinstein, ex-representante do Banco Central argentino e ex-diretor executivo da Bolsa de Comércio de Buenos Aires, explicou à Sputnik Mundo que a compra de ouro é a melhor opção na situação atual das relações entre a Rússia e os países ocidentais.
"Os países acumulam ouro pensando em questões defensivas e estratégicas, caso haja uma situação completamente perturbadora entre os países, quando as moedas podem perder seu valor. É por isso que é melhor ter barras de ouro, que serão a base de qualquer outra moeda ou de qualquer outra coisa de valor no futuro. Esse recurso físico é intemporal ao contrário dos outros ativos financeiros, que não têm valor intrínseco algum […] O país acredita que será melhor ter ouro do que dólares. Eventualmente, se a Rússia tiver muitos dólares e os Estados Unidos quiserem provocar algum dano, a moeda poderá ser manipulada ou sujeita a alguma prática do país emissor", disse ele.
É de assinalar que nos últimos dez anos a Rússia alterou completamente a política de gestão das suas reservas internacionais (ouro e divisas). Ela reduziu de 40% para 26% o peso do dólar nas suas reservas e aumentou quase 10 vezes as suas reservas oficiais de ouro.