Em 15 de outubro, o primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano confirmou que o chavismo obteve a vitória em 17 das 23 províncias disputadas nas eleições regionais na Venezuela — as vigésimas segundas eleições realizadas no país desde a chegada ao poder da chamada Revolução Bolivariana.
Presidente do país, Nicolás Maduro, declarou que "o chavismo está vivo e vencendo" ao se dirigir à nação depois da revelação dos resultados.
Lazar Jeifets, da Universidade Estatal de São Petersburgo e especialista em assuntos americanos, comenta a situação no ar do serviço russo da Rádio Sputnik.
"No quadro da situação que permanece no país durante os últimos meses, os resultados das eleições eram bem previsíveis. Quando partidários de Maduro falam de vitória nas eleições, eu chamaria essa vitória de relativa", ressalta especialista russo.
Ele lembra que no corpo de governadores anterior a oposição obteve apenas três estados, enquanto hoje ganhou cinco, o que, é claro, em comparação com a vitória do chavismo não parece muito, mas mesmo assim é uma vitória.
"Do meu ponto de vista, as autoridades venezuelanas fizeram todo o possível para não permitir que os opositores mais destacados participassem das eleições", opinou Jeifets.
No entanto, foram empreendidos certos subterfúgios. Entre outras medidas, em alguns lugares foram mudados os postos eleitorais: de grandes espaços para pequenos, o que diminuiu a quantidade de votantes e a possibilidade de chegarem a tempo às urnas devido às filas enormes.
Para o professor, os resultados das eleições revelaram que tanto as autoridades quanto a oposição estão cansadas de confrontos. Como afirma o professor, a única saída para a Venezuela é um compromisso, pois não se pode viver permanentemente em estado de guerra fria civil.
"Oposição venezuelana tem posição bem difícil: ela pode falar, pode criticar, mas ela não pode oferecer nenhum programa de reformas real. Primeiro, eles não têm poder, segundo, a oposição por si mesma é bastante diversificada", explicou.
Jeifets acrescentou ainda que o problema principal da oposição venezuelana é que ela não tem um núcleo próprio, e a única coisa que a une é a inimizade contra o presidente Maduro. Sem um programa concreto de mudanças que ela possa apresentar para o povo, no caso de chegar ao poder, a oposição venezuelana não tem futuro, concluiu o professor.