Annika Larsson, pesquisadora de arqueologia têxtil da Universidade de Uppsala estudou os artefatos têxteis para recriar os objetos dos antigos vikings, que deveriam ser exibidos no museu de Enkoping. Enquanto a cientista estava trabalhando com os trajes funerários usados pelos vikings entre os séculos IX e X, ela encontrou pequenos detalhes bordados em prata em um traje de seda.
Surprising fact of the day: Why did Vikings have 'Allah' embroidered into funeral clothes? https://t.co/8MedlGgQdD #allah #islam pic.twitter.com/ii9s3C6A34
— Jonathan Henley (@JayRHenley) 13 de outubro de 2017
O bordado representa símbolos da caligrafia cúfica formando palavras como Alá e Ali, o quarto califa islâmico.
"Talvez tenha sido uma tentativa de escrever orações com letras árabes, mas da esquerda para a direita", explicou Larsson.
Anteriormente, foram descobertos objetos que vinculavam os vikings à religião muçulmana, mas eram vestígios das atividades comerciais dos vikings, um povo que viajava muito, trocando objetos de prata por peles ou mel.
Entretanto, os objetos estudados por Larsson pertencem à roupa típica dos vikings. Além disso, as mesmas inscrições cúficas foram descobertas em mausoléus e monumentos funerários na Ásia Central da época dos vikings.
A cientista não exclui que os túmulos nos quais foram encontradas essas roupas sejam muçulmanos e que os costumes funerários dos vikings tenham sido influenciados pela religião islâmica.
Enquanto os colegas do meio acadêmico de Larsson admiraram suas descobertas, seus estudos provocaram a ira da extrema-direita na Escandinávia, informou a emissora finlandesa Yle. Os representantes das forças de direita ficaram indignados por sua cultura poder ter sido menos "pura" que eles imaginavam.