Para expor esses e outros projetos, a Gazprom realizou nesta terça-feira, 17, o seminário Gás Natural e Desenvolvimento Sustentável, no Museu Histórico Nacional, no Centro do Rio, que contou com a presença de empresários, pesquisadores e diversas autoridades, como o cônsul no Rio, Vladimir Tokhmakov, o físico e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Pinguelli Rosa, um dos conferencistas, o secretário-geral do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, Gilberto Ramos, entre outros participantes.
Para o diretor do escritório da Gazprom no Brasil, Shakarbek Osmonov, o Brasil, além de parceiro estratégico, oferece um imenso campo para atuação da empresa, em especial agora que o governo pretende substituir as termelétricas movidas a carvão e diesel pelas de gás natural, mais eficientes e responsáveis por emissões bem mais limpas e menos danosas ao meio ambiente.
"O seminário acontece no âmbito do ano do meio ambiente que foi declarado na Rússia, onde acontecem muitos eventos onde a Gazprom está participando ativamente. O gás natural é um combustível ambientalmente amigável, mais limpo e o menos poluente de todos os combustíveis fósseis e que tem um papel muito importante no desenvolvimento econômico sustentável. Está crescendo a importância do gás na economia brasileira, como se vê no programa Gás para Crescer", disse Osmonov à Sputnik Basil.
O representante da Gazprom no Brasil diz que a empresa já tem um histórico de atuação na América Latina.
"Estamos trabalhando na Venezuela, começamos a produzir gás na Bolívia desde setembro de 2016, e temos planos de ampliar nossos trabalhos naquele país. O Brasil também tem grande potencial, por isso estamos buscando oportunidades aqui e em outros países", destacou o executivo.
Na Bolívia, a Gazprom opera em parceria com a YPFB e a Total no campo Incahuasi, que já produz 8 milhões de m³ de gás por dia e que chegará a 19 milhões de m³ numa segunda fase do projeto, que ocupa área de 7.856 km². Além disso a Gazprom também é a responsável pelos estudos encomendados pelo governo boliviano para troca da matriz energética do transporte público e pesado no país de óleo diesel para gás natural. A empresa trabalha ainda no planejamento para prorrogar até 2040 o Plano Diretor de Desenvolvimento de Gás no país, implantado originalmente em 2009.
Com 467 mil funcionários em todo o mundo, a Gazprom responde por 11% da produção mundial de gás e tem reservas de 36,4 trilhões de m³, o que lhe garante oferta segura por 87 anos. Em 2016, a produção diária de gás da empresa — que atua em todas as áreas, desde exploração, produção, transporte e armazenamento — chegou a 419 milhões de m³, embora tivesse disponibilidade de ofertar até 600 milhões. Sua participação no mercado europeu também vem crescendo, tendo passado de 25,8% em 2012 para 33,1% em 2016.