Trata-se do incidente mais recente em uma longa lista de ataques de Israel contra a Síria.
Segundo o especialista, "inicialmente, bombardeios e ataques de Israel contra Damasco deveriam assegurar a participação do país na divisão dos despojos depois da derrota das forças governamentais da Síria". Mas desde 2015, quando a Rússia iniciou a sua operação na Síria, é evidente que o exército da Síria, com apoio da Força de Defesa Aeroespacial russa, ganhará a guerra e, consequentemente, nada será dividido.
Entretanto, Israel continua com ataques inúteis, que no futuro poderão afetar a sua própria segurança.
"Agora o alvo de Israel é se tornar um membro ativo da normalização da situação na região no período pós-guerra. É vital para Jerusalém que seus interesses sejam tomados em conta durante a determinação da nova configuração do Oriente Médio. Os países árabes [tanto os que ganharão a guerra na Síria como os que a perderão] serão tentados a aumentar a autoridade de suas autoridades e a melhorar sua situação financeira por conta da derrota de Israel", explicou ele.
De acordo com o especialista, Tel Aviv está tentando mostrar à Rússia que Israel pode desempenhar papel importante na solução do conflito na Síria, porque apenas Moscou pode deixar o país participar nas negociações de paz na Síria, realizadas em Astana, e através disso melhorar a imagem do país na região.
"Deste modo, agora os bombardeiros são uma espécie de comércio para Israel. Os militares israelenses criam para os seus políticos a coisa que no futuro poderá ser trocada na participação das negociações de paz", sublinhou ele.
"Quanto à Rússia, para ela é benéfico esperar conflito entre Israel e as forças conjuntas do Iraque, Irã, Síria e Líbano. Essas forças conjuntas conquistarão alguns territórios [incluindo as Colinas de Golã, território disputado entre Israel e Síria]. Neste caso será a Rússia que se tornará o pacificador do conflito e Israel lhe deverá favor para sua salvação como a Síria hoje em dia", disse o especialista.
Ao mesmo tempo, isso fará com que a Rússia seja mais respeitada no Oriente Médio, concluiu Ischenko.