De acordo com a própria ex-ministra, citada pelo Público, ela já tinha pedido "insistentemente" a António Costa que a libertasse das suas funções após os incêndios em Pedrógão, em junho.
Em carta de demissão, divulgada nesta quarta-feira pelo jornal, a ex-ministra diz ter "considerado que estão esgotadas todas as condições para me manter em funções" e que o primeiro-ministro "tem de aceitar" o pedido "até para preservar a minha dignidade pessoal".
A demissão foi consumada horas depois de um discurso do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em que ele chegou a pôr em causa a continuação do governo após a última onda de incêndios. "A Assembleia da República que clarifique se quer manter o governo", disse ele.
"O Presidente da República é, antes de mais, uma pessoa", disse o presidente, sublinhando que "estes mais de 100 mortos não mais sairão do meu pensamento, como um peso enorme na minha consciência, tal como no meu mandato presidencial".
"O presidente da República pode e deve dizer que esta é a última oportunidade para levarmos a sério a floresta e a convertermos em prioridade nacional", destacou também. "Os governos passam e é crucial que a prioridade permaneça",
Hoje às 17h00 (hora local), Marcelo Rebelo de Sousa receberá o primeiro-ministro. A mídia portuguesa sugere que a reunião pode resultar na nomeação de um substituto de Constança Urbano de Sousa. Já às 20h30, o presidente fará uma comunicação ao país.
No entanto, por todo o país, há numerosos protestos contra o governo, em particular contra o Ministério da Administração Interna (MAI).