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Lula percorre estrada de amor e ódio com caravana pré-eleitoral

© Ricardo StuckertManifestantes se agitam em torno do ex-presidente Lula em Curitiba
Manifestantes se agitam em torno do ex-presidente Lula em Curitiba - Sputnik Brasil
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Nesta segunda-feira, 23, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou por Minas Gerais a sua Caravana da Cidadania. A primeira etapa é o Vale do Jequitinhonha, seguindo pelo Vale do Rio Doce, Vale do Aço, até chegar à capital do estado, Belo Horizonte, na próxima segunda-feira, 30.

Com a Caravana da Cidadania, Lula adota novamente a estratégia dos anos 1992 a 1994, que pavimentou seu caminho para o Palácio do Planalto nas duas eleições consecutivas que venceu, as de 2002 e 2006.

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Neste ano de 2017, esta é a segunda vez em que Lula aciona a Caravana. A primeira foi no período de 17 de agosto a 5 de setembro, quando percorreu quase 30 cidades de 9 estados da região Nordeste.

Desta vez, o roteiro traçado tem início pelas regiões mais humildes de Minas Gerais, conforme declarou o deputado Wadih Damous (PT-RJ) em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil:

"O presidente Lula está revisitando a região do Vale do Jequitinhonha, onde ele já esteve na Caravana originária na década de 90. É uma onde haviam sido introduzidas melhorias nas condições de vida e trabalho para as pessoas que ali moram, e que o atual governo já desfez. Então, o presidente Lula está concedendo uma especial atenção à esta região, iniciando sua Caravana por Minas Gerais pelo Vale do Jequitinhonha."

O deputado tem consciência de que, no trajeto, Lula terá de enfrentar manifestações. Segundo ele, no entanto, o ex-presidente encara os protestos como elementos essenciais da democracia, desde que ocorram "nos limites da boa convivência política".

"Agora, esse grupo é absolutamente minoritário. No meio do povo, não há manifestações contrárias ao presidente Lula. Estes que aí aparecem nada mais são do que um grupelho que quer o Brasil de volta aos seus piores tempos de país de desigualdade, que o Brasil volte a ter os pobres excluídos do orçamento etc. Então, esse é um grupo minoritário. Mas isso não preocupa."

Wadih Damous diz ainda que, em 2018, não pode haver pleito presidencial sem Lula:

"Um pleito sem o presidente Lula, a não ser que ele não queira concorrer, é ilegítimo. Impedi-lo de concorrer vai significar perseguição política e fazer com que não concorra o candidato favorito, o candidato que o povo prefere ver novamente na Presidência da República. Então, vai ser um processo eleitoral ilegítimo se isso vier a acontecer", disse ele, explicando que o Partido dos Trabalhadores (PT) não trabalha com outras possibilidades de candidato para 2018. 

Até mesmo no âmbito da oposição, existe a percepção de que Lula é, no momento, um nome muito forte para as próximas eleições. Quem diz isso, também em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, é o deputado Caio Nárcio, do PSDB de Minas Gerais:

"Percebemos um quadro de que, mesmo diante das inúmeras dificuldades jurídicas enfrentadas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tem enorme capital político para vencer as eleições caso seja realmente candidato. O ex-presidente continua ocupando um espaço importante nas pesquisas eleitorais, o que o mantem numa expectativa favorável para o pleito de 2018."

Caio Nárcio porém chama a atenção para o fato de que Lula tem apoio e rejeição simultaneamente quase que na mesma intensidade:

"O presidente tem em todo lugar uma aceitação muito grande. Mas, proporcionalmente, ele também tem uma rejeição muito grande. Na mesma medida em que tem essa aceitação, Lula enfrenta sentimentos de ódio e de rejeição à sua imagem."

Ainda segundo o deputado, Lula está utilizando a estratégia que lhe dá maior e melhor resultado:

"O presidente busca nessa Caravana pelo Brasil o apoio das populações em que tem mais força. Lula sabe que o seu eleitorado está entre os que têm menos instrução e os que habitam as regiões mais pobres do país. Então, é nesse cenário que ele quer reconstruir sua carreira política e sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto novamente."

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