Hoje (24), a Rússia e as Filipinas assinaram o primeiro contrato técnico-militar para fornecimento de lançadores de granada RPG-7 e armas ligeiras ao país asiático.
De acordo com o editor-chefe da revista "Arsenal da Pátria", Viktor Murakhovsky, mesmo se tratando de um fornecimento não tão significante financeira e quantitativamente falando, o início da cooperação técnico-militar com as Filipinas é uma séria realização, visto que até hoje o mercado de armamentos deste país era dominado pelo seu principal aliado militar – EUA.
"O principal parceiro das Filipinas na área técnico-militar é na verdade os EUA, mas com a chegada do presidente Rodrigo Duterte ao poder as relações entre Manila e Washington pioraram. Claro que os fornecimentos às Filipinas de lançadores de granadas e armas ligeiras são simbólicos financeiramente falando, mas ao mesmo tempo são muito importantes, porque pela primeira vez entramos no mercado de armamento filipino", explicou o analista.
Viktor Murakhovsky notou ser difícil falar sobre perspectivas futuras da cooperação técnico-militar, porque o seu desenvolvimento depende muito da política externa de Manila.
Armamentos seguros
Por sua vez, o editor-chefe da revista Defesa Nacional, Igor Korotchenko, destacou que ao assinar o contrato dos fornecimentos de RPG-7, as Filipinas vão receber as armas mais seguras do mercado, que foram muitas vezes testadas em ações militares.
"Em se tratando dos RPG-7, eles são lançadores de granada testados em ações militares, capazes de atingir vários alvos. As compras por Manila de armas russas vão favorecer a consolidação da soberania e defesa das Filipinas", disse ele.
O editor-chefe opinou que o começo da cooperação na esfera técnico-militar entre Moscou e Manila vai fortalecer ainda mais as posições já seguras de Moscou no mercado de armamentos asiático.
Perspectivas de novos fornecimentos
Falando sobre as perspectivas de novos acordos, Murakhovsky frisou que Manila tem interesse em muitos complexos de mísseis e equipamento naval, mas, em breve, é pouco provável que grandes contratos sejam assinados por serem caros.
"É mais provável que interesse seja mostrado na compra de complexos de mísseis antitanque e de mísseis antiaéreos portáteis Kornet-M e Igla. A situação é mais complicada no que diz respeito à Marinha, pois os equipamentos são mais caros. Há chances de nossa cooperação compreender apenas fornecimento de lanchas e pequenos navios de mísseis", disse o analista em entrevista à Sputnik.
Resta apenas Brunei
Até hoje, as Filipinas e Brunei eram os únicos países da região Ásia-Pacífico que nunca tinham comprado armamento russo. Mas com a presidência de Rodrigo Duterte, Manila começou a expressar grande interesse em melhorar as relações técnico-militares com Moscou.
Em entrevista à mídia, Duterte explicou anteriormente por que o seu país gostaria de receber o armamento em questão: "Quando a Rússia vende armamento, ela não impõe quaisquer condições", diferentemente dos EUA.