Ao ser tomada, a decisão sobre os B-52 tinha um aspecto técnico — a posta em marcha dos próprios aviões, dos quais foram construídas mais de 700 unidades — e organizacional, ou seja, a capacitação das tripulações e sua vigilância constante 24 horas por dia, adiantou o especialista.
"Ainda não houve uma decisão oficial sobre a colocação em alerta permanente. Mas os B-52 se podem 'reanimar' em curto prazo" devido à simplicidade robusta de seu projeto dos anos 50, acrescentou.
Porém, talvez o fator mais importante seja o fato dos "obsoletos" B-52 serem uma arma ideal para lançar ataques atômicos contra a Coreia do Norte", acredita o especialista militar Vladimir Scherbakov.
"EUA retiraram os mísseis de cruzeiro Tomahawk com ogivas nucleares de seus submarinos. Mas os B-52 portam este tipo de armamento nuclear", explicou.
Quanto aos mísseis intercontinentais, seu uso seria muito arriscado "pela densa geografia" da região.
"Imaginem só se Moscou ou Pequim receberem um sinal de lançamento de um míssil nuclear estadunidense em sua direção, mesmo que os advirtam de Washington que a Coreia do Norte é o verdadeiro alvo, os militares não vão arriscar um possível desvio do míssil."
Finalmente, os B-52 também têm um caráter de arma psicológica, assinala o especialista.
"É precisamente a boa visibilidade e falta de pressa do bombardeiro. Um B-52 com mísseis nucleares debaixo das asas, que lentamente se dirige em direção ao seu alvo, cria uma impressão muito maior no rival do que os mísseis sem bombardeiro que não se podem ver a olho nu. Ou seja, Kim Jong-un terá tempo para decidir se ele quer se deslumbrar com o porta-mísseis estadunidense perseguindo o alvo (ou seja, precisamente ele), ou se é melhor ligar a Trump e dizer que ele estava brincando", gracejou Scherbakov.