Um rio com água em ebulição escondido no coração da floresta foi filmado pelo geofísico Andrés Ruzo na formação geotermal em Mayantuyacu (Peru). O minidocumentário foi gravado em conjunto com a empresa audiovisual Great Big Story.
"Quando era criança, minha avó me contava histórias sobre uma mística cidade dourada, escondida nas profundezas da selva peruana", conta o cientista, cuja infância foi vivida no Nicarágua, Peru e no estado do Texas (EUA).
Apesar de sua descrença, essa antiga lenda peruana sobre um rio fervente sempre representou interesse especial para Ruzo. Agora adulto, os contos da infância o motivaram a explorar a selva amazônica para descobrir seus segredos mais assombrosos até então desconhecidos.
There's so much in the world yet to be discovered.
— Waka Waka 🇳🇬 (@Waka_WakaTweets) 4 de julho de 2017
Shanay-timpishka, the boiling river, deep within Peru's Amazon. Photo:Sofia Ruzo pic.twitter.com/mWbbnbdh9e
Assim, em uma de suas viagens, o jovem explorador descobriu o mistério desse lugar — o rio Shanay-timpishka, que, de acordo com um pajé local, significa "fervente com o calor do Sol".
#ríohirviente en cámara lenta! nmbre antiguo: Shanay-timpishka,🇵🇪hervido con el calor del sol☀️temps ~94°C (~201°F) cuando tomé video #peru pic.twitter.com/Z0lksi6qov
— Andrés Ruzo (@georuzo) 30 de julho de 2017
Esse rio único percorre uma distância de 6,5 km, em seu ponto mais largo atinge 25 metros e tem 6 metros de profundidade. Apesar de estar relativamente afastado do centro vulcânico mais próximo, sua corrente se alimenta de águas termais, explicando, assim, sua elevada temperatura.
SHANAY-TIMPISHKA, EL RÍO QUE HIERVEhttps://t.co/YFNMqknWip pic.twitter.com/gJi9jIQ33i
— Samantha Aguilar (@SameeeAggo) 19 de abril de 2017
Segundo a investigação, a temperatura da água atinge 100 graus Celsius. Além disso, o ar sobre o rio é tão quente que a única coisa que lá pode sentir é o "arder" no nariz e nos pulmões.
Shanay –Timpishka, sungai mendidih#Beringin pic.twitter.com/qK4QTl3cz1
— Radio Masdha Jogja (@masdhafm) 12 de abril de 2017
"É fisicamente difícil de imaginar tal quantidade de água quente", indica o investigador, acrescentando que "se meter a mão ali dentro, receberá queimaduras de segundo ou terceiro grau".
"Vi animais que caíram na água, todo tipo de espécies, de aves a répteis", destaca Ruzo, avisando que "organismos complexos como os nossos" não suportam temperaturas tão elevadas, pois "começamos a ferver até ovos, literalmente".