Trincheiras, postos de bloqueio de estradas, sacos de areia e tanques enterrados: não é de descartar que será assim a Europa do futuro aos olhos dos estrategistas da OTAN. De acordo com a edição The Wall Street Jornal, citando funcionários dos países aliados, para acelerar os processos de deslocação de pessoas e suprimentos, no quadro da OTAN pode ser criado um comando independente. Esta questão será resolvida definitivamente em novembro durante a reunião de ministros da defesa dos países da OTAN.
"Eles precisam pôr em ordem a deslocação de tropas não propriamente na Europa, mas da América do Norte à Europa", frisa o vice-diretor do Instituto para Análise Política e Militar, Aleksandr Khramchikhin. "Trata-se da transferência de equipamentos pesados, já que tudo o que os EUA têm hoje na Europa é inútil contra a Rússia."
No Ocidente ninguém disfarça que a questão do aumento de mobilidade de tropas durante a mudança da estrutura do comando da Aliança é uma prioridade. Oana Lungescu, representante oficial da OTAN, afirmou à Sputnik que os aliados até chegaram a adaptar as legislações nacionais para que o equipamento militar possa atravessar as fronteiras de forma mais simplificada e mais rápida.
Há poucas estradas
"O reforço de pontes é o primeiro sinal de preparações para o reposicionamento de material blindado pesado", afirmou à Sputnik o especialista militar Mikhail Khodarenok.
De fato, Hodges apela à criação de um "espaço Schengen militar", a fim de transportar rapidamente tropas à Lituânia via países de transito. Ele tem certeza que a promoção de quaisquer ações militares no oriente da Europa passará via Polônia.
'Não vamos entregar o Ártico'
É interessante notar que, de acordo com os dados da edição, além do comando logístico, a OTAN planeje formar mais um, que será responsável pela proteção das vias marítimas de entrada na Europa nas áreas dos oceanos Atlântico e Ártico, em particular, das ameaças por parte de submarinos. Fica claro que se trata de submarinos russos, já que os chineses aparecem lá muito raramente.
"A Rússia não se está preparando para tal tipo de ações, especialmente no Atlântico", assinala o ex-comandante da Frota do Norte, almirante Vyacheslav Popov. "Nossa estratégia de defesa só visa proteger as nossas próprias fronteiras."
Falando sobre o oceano Ártico, o almirante frisou que a Rússia não entregará a ninguém a Rota Marítima do Norte e vai continuar reforçando aí seu potencial.
Muitos especialistas militares veem na criação do novo comando da OTAN uma parte do plano que visa proteger as vias de comunicação marítimas para futuro deslocamento de tropas e equipamento pesado a partir dos EUA.
De acordo com estimativas de especialistas, muitos fatos indicam agora que os EUA têm preparado gradualmente a infraestrutura nos países da Europa Oriental e do Báltico para aquartelamento de um agrupamento de tropas com até 150.000 efetivos.