Como funciona esta dependência?
Se o preço do petróleo aumenta, um país que exporta grandes volumes de petróleo obtém maiores receitas.
Devido ao facto de as transações de compra e venda de petróleo bruto geralmente serem realizadas em dólares norte-americanos, um país exportador que recebe dólares por seu petróleo tem que trocá-los pela moeda nacional para investir na sua economia. Desta forma, a demanda por esta moeda cresce no mercado e, como resultado, sua taxa de câmbio aumenta.
Quando os preços do petróleo sofrem uma queda brusca, as receitas do país exportador de petróleo diminuem, enfraquecendo a demanda pela sua moeda nacional no mercado. Como resultado, sua taxa de câmbio cai.
Esta suposição pode ser apoiada pelo fato de que a taxa de câmbio do rublo se consolidou em apenas 4% nos últimos três meses, embora o preço do petróleo Brent tenha crescido 17%, informou a agência Bloomberg.
Este pequeno aumento indica que os governos dos países exportadores e, em particular, o da Rússia, se adaptaram ao novo preço do petróleo, fixado em 60 dólares ($R 194) por barril.
"O preço do petróleo ainda é o fator mais importante que influencia o rublo […] No entanto, há períodos em que sua influência sobre o rublo muda. Agora a moeda russa é menos sensível ao aumento do preço do petróleo, mas, se os preços caírem bruscamente, sua queda afetará o rublo", disse à agência Bloomberg Pyotr Matys, estrategista do Rabobank.
É possível que a desvinculação gradual do rublo do preço do petróleo se deva às medidas tomadas pelo Governo russo para diversificar a economia do país.
Yaroslav Lisovolik, economista principal do Banco de Desenvolvimento Eurasiático, declarou ao portal russo Vesti Finance que as receitas do orçamento da Rússia obtidas das exportações de produtos manufaturados e produtos não petrolíferos aumentaram. Da mesma forma, a porcentagem das receitas obtidas das exportações de petróleo e gás diminuiu.
Que se passa na América Latina?
Segundo a agência, a América Latina é a região onde a diferença entre a taxa de câmbio das divisas e o preço do petróleo é mais extrema.
Os fatores geopolíticos e relacionados à política monetária dos EUA têm sido dominantes durante este ano na América Latina, disse o estrategista You-Na Park, do banco Commerzbank AG. As negociações relacionadas ao Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) fizeram com que o peso mexicano oscilasse, enquanto as alegações de corrupção afetaram o real brasileiro.