O ministro Torquato Jardim declarou que em conversas com o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, e com o governador, Luiz Fernando Pezão, identificou que a "Polícia Militar não tem comando". As declarações do ministro da Justiça foram reveladas pelo blog de Josias de Souza, do site do UOL.
Torquato Jardim também comentou o caso do comandante da PM, Luiz Gustavo Teixeira, que foi assassinado no Méier na última quinta-feira (26). Segundo ele, a morte do comandante não teria sido um crime comum, sendo uma execução motivada por um "acerto de contas".
"Esse coronel foi executado, ninguém me convence que não foi acerto de contas […] Ninguém assalta dando dezenas de tiros em cima de um coronel à paisana, num carro descaracterizado. O motorista era um sargento da confiança dele", destacou.
Para o ministro, com a prisão de chefões do tráfico, o crime organizado passou a ser uma operação mais horizontal e mais difícil de controlar.
"Os comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio", frisou o ministro da Justiça.
Torquato Jardim ainda observou que a grave situação da segurança no Rio só poderá sofrer uma mudança para melhor a partir de 2019, com um novo governador e um novo presidente. "Com o atual governo do Rio não será possível", completou.
Em nota divulgada à imprensa, o governador Luiz Fernando Pezão afirma que o governo do estado e o comando da Polícia Militar não negociam com criminosos, ressaltando que o ministro da Justiça, Torquato Jardim, nunca o procurou para tratar do assunto abordado pelo ministro na entrevista concedida ao UOL. Pezão frisa também que as escolhas de comandos de batalhões e delegacias fluminenses são decisões técnicas e que jamais recebeu pedidos de deputados para tais cargos.