Mas a retórica de ambas as partes dificulta significativamente o reinício do diálogo.
"Quando as partes demonstrarem estar prontas para o diálogo, poderemos tomar como base a proposta russo-chinesa de 4 de julho de 2017 [os dois países propõem introduzir uma moratória aos lançamentos da Coreia do Norte, enquanto os EUA e a Coreia do Sul paralelamente iriam se abster de realizar exercícios militares na região]", disse.
"É um beco sem saída. É preciso colocar objetivos realistas. Primeiro, a diminuição da tensão. Só depois se avançar [nas negociações]. Mas agora a situação está à beira da guerra nuclear", afirmou o analista ao Izvestia.
Ele acrescentou que um potencial conflito militar entre os EUA e a Coreia do Norte também é perigoso para a Rússia, porque "qualquer ameaça perto das nossas fronteiras representa uma ameaça adicional". Além disso, a infraestrutura militar dos EUA na região, que tem vindo a aumentar, pode ser potencialmente utilizada contra a Rússia.
Ele sublinhou que a Rússia e a China tentam estabelecer o diálogo entre as duas partes, mas sem haver vontade política [como foi no caso de Obama com o Irã, quando o presidente norte-americano tomou a decisão de arriscar o seu capital político e iniciar o diálogo com o país] não será alcançado um resultado positivo.
Ele informou que altos representantes da Coreia do Norte, bem como especialistas norte-americanos se deslocaram a Moscou para participar da Conferência de Não Proliferação, o que mostra que vários políticos de Washington entendem a importância do diálogo.