Em outra parte, nas Ilhas Spratly, a China tem construído estradas, o que levou a acusações de que o gigante asiático estaria planejando transformar as ilhas em bases aéreas. O Vietnã também acusou a China de usar as suas instalações existentes para estabelecer as guardas navais e costeiras na região.
A região-chave para assuntos econômicos e estratégicos é também objeto de muitas reclamações territoriais, mas desapareceu do foco da atenção da mídia recentemente pela grande atenção dada à Coreia do Norte – outro ponto de tensão na Ásia Oriental.
Bonnie Glaser, especialista de segurança do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, disse à agência de notícias Reuters que a China "construiu estas grandes instalações e tanto especialistas como civis e militares chineses deram a entender que quando chegar a hora estratégica apropriada, eles vão usá-las ainda mais".
"Acho que é mais uma questão de quando do que se, China começará a defender os seus interesses mais agressivamente no mar do Sul da China […] e é provável que seja na hora que a China quiser."
Embora os EUA não tenham reclamações territoriais no mar do Sul da China, os navios da Marinha norte-americana podem ser notados frequentemente na região graças à política dos EUA de manter a liberdade dos mares – uma questão predileta dos EUA há mais de um século – através das Operações da Liberdade de Navegação (FONOPs, na sigla em inglês). Autoridades declaram que os EUA vão proteger o direito dos países de navegar livremente nas águas internacionais, que incluem, de acordo com eles, o mar do Sul da China. Sendo assim, não levam em consideração as reclamações territoriais da China.
Essa política norte-americana tem sido uma pedra pontiaguda nas relações entre a China e os EUA desde 2015, quando os Estados Unidos instalaram patrulhas ao redor das ilhas artificiais, que são reclamadas pela China. Por sua vez, Washington se refere às construções chinesas como provocação militar, enquanto o gigante asiático considera que operações dos EUA na região em questão violam sua soberania.
É muito provável que a questão venha a ser discutida entre Xi e Donald Trump durante a visita planejada do presidente norte-americano para novembro.