Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não mostram doações da empresa, uma das maiores envolvidas no esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato, ao tucano, que foi eleito senador naquele ano. Contudo, a PGR não tem dúvidas que Nunes foi beneficiado por recursos.
"É fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes. Resta investigar a origem destes recursos e a finalidade do repasse", escreveu a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao ministro-relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, no último dia 24.
Delações premiadas da Odebrecht apontaram Nunes (chamado pela empresa em suas planilhas como "Manaus") como beneficiário de dois pagamentos – de R$ 250 mil cada – saídos do chamado "departamento da propina" da empreiteira.
Entretanto, a PGR informou também, de acordo com a Folha, que o senador poderá não ser processado em razão da prescrição dos eventuais crimes cometidos, por conta da idade do atual chanceler (72 anos). O mesmo valeria para o senador José Serra (PSDB-SP), outro investigado no mesmo inquérito – e que tem 75 anos.
Em sua defesa, Nunes informou, por meio de seus advogados, que "não há nenhuma comprovação" dos pagamentos, sustentados "apenas no que dois delatores falam".