Desde a visita do presidente russo Vladimir Putin ao Japão em 2016 não surgiram nenhumas perspectivas de regularização do problema territorial que preocupa Moscou e Tóquio. A Rússia não só continua deslocando forças para as ilhas de Kunashir e Iturup, como as está modernizando, afirma Yu Koizumi.
Em novembro do ano passado surgiu a informação sobre a instalação de sistemas de defesa antinavio nas duas ilhas e, em fevereiro deste ano, o ministro russo da Defesa Sergei Shoigu comunicou sobre a implantação de uma divisão nesta zona. Paralelamente a Rússia está modernizando as suas bases nas Curilas conforme mostram as imagens de satélite.
A Rússia também está empreendendo novos passos. O senador russo Frants Klintsevich acrescentou que, na parte central das Curilas, em breve vai ser criada uma nova base da Marinha, capaz de vai receber quaisquer navios, bem como uma rede de aeródromos. De acordo com a maioria da mídia russa, a base vai ser criada na ilha de Matua.
Anteriormente já havia sido destacado que as Ilhas Curilas são muito importantes para a Rússia do ponto de vista estratégico, afirma o artigo. Em primeiro lugar, o mar de Okhotsk é patrulhado por submarinos nucleares dotados de mísseis balísticos. Este mar, bem como o Oceano Glacial Ártico, é a base para as forças da contenção nuclear da Rússia. Em segundo, o mar de Okhotsk é o fim da Rota Marítima do Norte que, segundo a Rússia, no futuro vai se tornar uma das rotas mundiais mais importantes.
"Se a Rússia pretende militarizar as Curilas apesar de todas essas dificuldades – o mais provável é que existam outros razões para além da necessidade militar. Por exemplo, obter vantagem nas negociações com o Japão", supõe Yu Koizumi.
Ele acrescenta também que não foi por acaso que a Rússia realizou as manobras conjuntas com a Marinha da China na parte sul do mar de Okhotsk. Assim, de acordo com ele, o deslocamento da frota para áreas que ficam perto dos territórios em disputa é um sinal de que as partes manifestam “apoio político oculto” uma a outra. Por isso, vários analistas propõem encarar a militarização destas ilhas como um “sinal político” de que o Kremlin sublinha a importância estratégica do mar de Okhotsk e considera as pretensões do Japão como inaceitáveis.