Os testes de voo de mísseis antiaéreos de médio alcance começaram nesta quinta-feira (2) na região ucraniana de Kherson, comunicou a assessoria de imprensa do comando da Força Aérea do país.
"Hoje, 2 de novembro, em um campo de tiro temporário perto do povoado Aleksandrovka, na região de Kherson, se iniciaram os ensaios de voo de mísseis antiaéreos guiados de médio alcance", diz o comunicado publicado no Facebook.
"Visando obter experiência de combate com uso de sistemas de mísseis antiaéreos, testar a qualidade de munições recuperadas e no âmbito dos respectivos testes, as guarnições das unidades de tropas de mísseis realizarão tarefas práticas com lançamentos reais (e simulados) de mísseis guiados contra alvos aéreos — veículos aéreos não tripulados do tipo VR-3 Reis", adiantou a instituição.
O especialista em assuntos militares Aleksandr Pylaev disse ao serviço russo da Rádio Sputnik que, caso seja organizada a produção em série destes mísseis, Kiev certamente a usará em seu proveito político.
"Em geral, a Ucrânia ainda não esgotou seu potencial científico, lá há engenheiros que, em princípio, podem trabalhar na construção de mísseis antiaéreos, inclusive de médio alcance. Na sua maioria, seriam as tecnologias usadas nos mísseis S-200, que estão bem representados na Ucrânia. No que se trata da Rússia, não considero isso como uma ameaça para ela. Pois se sabe que nós não planejamos realizar ataques aéreos contra o território ucraniano. A produção em série destes mísseis, caso seja organizada, seria mais um pretexto político para mais uma apresentação solene da capacidade militar da Ucrânia na 'guerra' com a Rússia, que não existe", afirmou.
Em geral, afirmou o analista, é pouco provável que os mísseis ucranianos possam se igualar pelas suas caraterísticas mesmo com os sistemas S-300.
"Do ponto de vista tecnológico, acho que estes mísseis serão piores que os S-300. Apesar das declarações propagandísticas, eu não acredito nas capacidades da indústria eletrônica ucraniana, sobretudo na criação de um conteúdo eletrônico que corresponda às caraterísticas pelo menos iguais aos S-300, tanto em relação à precisão de pontaria, quanto no acompanhamento de vários alvos em simultâneo. A eletrônica, de qualquer maneira, é um ramo independente, não relacionado diretamente com a construção de mísseis que ainda tem alguma vitalidade na Ucrânia", resumiu.