"Os EUA não querem que a guerra na Síria acabe antes de eles atingirem seus objetivos. Seu instrumento principal, que se chama Daesh, vive seus últimos dias. Por isso, eles vão dirigir sua atenção às Forças Democráticas da Síria (FDS). Elas terão que fazer o que Daesh não conseguiu", disse à Sputnik Árabe Muhammed Kheir al Akkam, professor de Relações Internacionais da Universidade de Damasco.
"Os americanos não fazem isso, eles apenas declaram que querem combater o terrorismo, mas na realidade patrocinam o Daesh e as FDS", afirmou.
Muhammed Kheir al Akkam acrescentou que o que se passa em Raqqa é a substituição completa do Deash pelas FDS. Ambas as organizações servem os interesses de Washington.
"Surge a questão: por que é que os EUA ainda não começaram a combater a Frente al-Nusra [organização terrorista] e outros grupos semelhantes? A resposta é simples: porque os EUA simplesmente os apoiam", apontou o professor.
As assim chamadas FDS, prosseguiu, realizam uma limpeza étnica em Raqqa e descriminam alguns povos sírios nos territórios conquistados, por isso não podem ser consideradas nem "democráticas", nem "sírias". Ele sublinhou que os curdos sírios devem se lembrar que, quando os interesses dos EUA divergirem dos seus, eles os trairão. A força dos curdos depende da unidade da Síria, resumiu.