Neste sábado, a imprensa árabe informou sobre a detenção de quase 40 pessoas ligodas à cúpula do governo, entre ministros, militares e empresários.
A medida foi divulgada logo após o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, de 81 anos, ter decretado a criação do Comitê Supremo de combate à corrupção, sob a chefia do príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman, de 32.
O comitê determinou, entre outras medidas, a detenção de 11 príncipes da família governante.
Entre os detidos está o bilionário Alwaleed Bin Talal Alsaud, membro da família real, com negócios espalhados por todo o mundo. Além disso, o comitê afastou o comandante da Guarda Nacional, bem como o comandante da Marinha.
Haridi considera que essas mudanças estão relacionadas com o desejo do jovem príncipe herdeiro de neutralizar seus possíveis concorrentes ao trono. Por outro lado, os acontecimentos também estão relacionados com a situação na região e as tensões entre a Arábia Saudita e o Irã.
"As mudanças foram realizadas com intuito de excluir toda a oposição à política interna e externa do príncipe, inclusive no que tange ao conflito com o Irã", explicou o interlocutor da agência.
Ele lembrou que os afastamentos e as detenções na Arábia Saudita coincidiram com a inesperada renúncia do premiê libanês, Saad Hariri.
Riad possui grande influência no Líbano, onde o movimento xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã, é a sua principal dor de cabeça.
De todo modo, todas essas mudanças, estão voltadas ao fortalecimento das posições do príncipe herdeiro na iminência de transferência do poder, afirma Haridi.
"Estamos testemunhando o novo período de transformações políticas na Arábia Saudita e na expectativa do príncipe herdeiro Mohammad bin Salman assumir o trono", concluiu o interlocutor da agência Sputnik.