A Sputnik Brasil entrevistou com exclusividade Nina Santos, doutoranda em comunicação pela Universidade Paris II e ex-editora de mídias sociais do Instituto Lula, para entender melhor a questão.
As redes sociais foram responsáveis pela popularização da comunicação. Se no passado era necessário um patrimônio milionário para fundar um jornal ou uma revista, hoje basta uma conexão com a internet para ter sua voz ouvido. Entretanto, existe um fenômeno no ambiente digital que tem causado preocupação: as notícias falsas.
Um levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso à Informação da USP mostrou como o fluxo de informação na internet pode ser perigoso em momentos importantes da política nacional. Na semana da votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, em 2016, 3 das 5 notícias mais compartilhadas no Facebook eram falsas.
"Ao mesmo tempo em que temos uma coisa muito positiva que é a pluralização do debate, com cada vez mais pessoas publicando suas opiniões, o controle sobre a qualidade e a veracidade dessas informações se torna cada vez mais complicado", afirma a doutoranda em comunicação.
Nina Santos acredita que uma das principais tarefas das equipes de campanha e dos veículos de comunicação em 2018 será checar as informações publicadas nas redes sociais.
Apesar da atenção que as mídias sociais recebem, muitos brasileiros ainda estão de fora deste ambiente. Segundo pesquisa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), 120 milhões de brasileiros estão na rede mundial de computadores, enquanto a população já ultrapassa 200 milhões de pessoas.
Já a televisão é o meio de comunicação mais popular do país. Segundo o IBOPE, 96% dos brasileiros são donos de ao menos uma televisão.
E na popular televisão, os brasileiros estão acostumados a assistir poucos canais. A pesquisa Media Ownership Monitor do Intervozes e do Repórteres Sem Fronteiras mostrou que os quatro principais grupos de mídia concentram uma audiência nacional que ultrapassa 70% no caso da televisão aberta.
A presença de candidatos no rádio e na televisão foi discutida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (9).