O panorama é exposto também por Mariona Guiu no mesmo documentário sobre a vida solteira de quatro mulheres em Barcelona, Istambul, Xangai e Melbourne e como são assumidos os estigmas tanto pessoais como sociais.
"Este modelo está mudando, porque a mulher já não precisa de um homem e entende que não precisa dele, e todos precisamos entender que a mudança está em processo, por isso tentamos criar o debate a respeito e transformar a narrativa", afirmou Relea.
A diretora comentou à Sputnik Mundo que começaram a filmar o documentário há quatro anos, pois queriam entender de onde vem esta preocupação por não ter um parceiro e se era realmente um desejo ou imposição social.
Hoje em dia, a tarefa de encontrar um parceiro à altura é complicada e enfrentada por muitas mulheres, surgindo, assim, a preocupação quanto à incapacidade de encontrar parceiro estável. Mariona vivia na Austrália e Ariadna na China, onde observou o estigma da mulher solteira, muitas vezes tida como sobra "diretamente do governo".
"Em Melbourne, tratamos sobre a vida da mulher escolhida por ela mesma, já em Xangai, o estigma é mais familiar já que as próprias famílias pressionam as mulheres para que se casem e, se não se casarem, são consideradas mulheres desnecessárias. No caso de Istambul, o próprio presidente do país discursou publicamente que uma mulher solteira e sem filho é uma mulher mediana, ou seja, está claro o insucesso, seja pelo meio ou pelo questionamento da própria mulher", explicou.
Singled (Out) foi estreado recentemente na Semana Internacional de Cinema de Valladolid e "vimos que tanto homens como mulheres se interessam pelo tema, até mesmo no primeiro dia da amostra homens assistiram e isso prova que a mudança do paradigma afeta todos nós", assegurou a diretora.
Na Espanha, entre 25% e 30% das mulheres nascidas na segunda metade dos anos setenta não têm filhos, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas. As causas vão desde a infertilidade até idade e hora de ter o primeiro filho, condições econômicas e decisão de não ser mãe.