Mais de 20 países da União Europeia concordaram criar união defensiva conjunta. O dia da assinatura do documento foi considerado pelos europeus como especial para o destino da Europa. Chegam a acreditar que a Europa estaria se movendo cada vez mais rumo à criação de um exército comum.
Os autores do projeto visam iniciar de forma imediata cooperação estruturada e permanente na área de defesa, possibilitando a união de esforços entre países-membros e recebimento de financiamento do Fundo Europeu de Defesa. Não se preocupem, céticos: autores garantem que, o invés do excesso de gastos com defesa, a iniciativa de unir todos somente trará benefícios financeiros.
Por um lado, pode-se soar desejo de maior independência da União Europeia aos EUA, independência real e almejada por muitos europeus. Mas todos os esforços podem ter sido estragados com apenas uma declaração da ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen: "A união defensiva europeia complementa a OTAN." Ou seja, união defensiva europeia seria profundamente secundária, puramente facultativa e, finalmente, provincial.
De fato, as discussões quanto à criação de um exército europeu independente são conduzidas há décadas. A pilha de documentos continua crescendo, mas sua significância está estagnada. Por exemplo, a resolução aprovada no inverno de 2017 – do hemisfério Norte – pelo Parlamento Europeu sobre o mítico exército europeu.
Além do mais, nenhum político europeu questiona a liderança dos EUA no Ocidente. Por sua vez, os Estados Unidos veem na OTAN uma ferramenta-chave para controle sobre a Europa, de interesse única e exclusivamente norte-americano, inclusive do ponto de vista econômico. Não é por acaso que o presidente Trump sublinhou que os EUA vão apoiar "decisivamente" o bloco militar europeu.
Consecutivamente, o exército europeu, enquanto Washington não mudar de plano, não passará de uma mera simulação política.