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Animados com a seleção de Tite, brasileiros contornam a crise para ir à Rússia

© Sputnik / Nina Zótina / Acessar o banco de imagensO símbolo oficial da Copa do Mundo FIFA da Rússia de 2018
O símbolo oficial da Copa do Mundo FIFA da Rússia de 2018 - Sputnik Brasil
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A FIFA retomou ontem a venda de ingressos para a Copa do Mundo da Rússia, após vender mais de 600 mil bilhetes na primeira fase. O Brasil, apesar da crise que tem afetado a vida de muitos cidadãos, está entre os países de maior demanda por entradas, junto com Estados Unidos, México e Argentina.

A maior parte dos ingressos solicitados até o momento, 51%, foi dentro da própria Rússia, que sediará o Mundial, em 11 cidades, entre os dias 14 de junho e 15 de julho de 2018, sob muita desconfiança do público local no que diz respeito ao rendimento da sua seleção no torneio. No caso brasileiro, a confiança do público na possibilidade de sucesso da equipe nacional é justamente um fator a mais de motivação para quem está planejando se deslocar por mais de 14,5 mil quilômetros para ver de perto o maior espetáculo do mundo do futebol.

"A gente teve uma ressaca de uns dois ou três anos. Mas, depois que a seleção mudou e engrenou aí uma série de vitórias, todo mundo passou a acreditar. Mais do que nunca, com o gostinho de querer tirar o atraso da Copa passada", disse Claudio Oliveira, torcedor que comprou um pacote da agência Stella Barros para ver o Brasil no Mundial de 2018 com a família, assim como fez em 2006, na Alemanha, em 2010, na África do Sul, e em 2014, no Brasil. "Era o apelo que precisava para estar visitando esse país, essa cultura diferente", acrescentou, explicando que essa será sua primeira viagem à Rússia.

De acordo com Renata Franco, diretora-executiva da Stella Barros, o fato de haver uma oferta variada de pacotes tem possibilitado uma procura muito grande, mesmo com os preços considerados salgados para muitos.  

"Essa Copa tem sido diferente das últimas copas. A gente tem tido uma procura muito grande de famílias, que querem passar as férias de julho de 2018 na Rússia, assistindo à Copa do Mundo", disse ela à Sputnik Brasil. "Um evento como esse é naturalmente mais caro, mas vale a pena. Uma Copa do Mundo, na Rússia, é algo realmente único". 

Para economizar nos gastos, muitos brasileiros interessados em ir à Rússia no ano que vem estão preferindo abrir mão dos pacotes de viagens e planejar por conta própria a aventura. É o caso de torcedores como Hélio Bergamini, que pretende viajar com mais quatro amigos e gastar até 15 mil reais para passar 12 dias no país-sede da Copa, incluindo gastos com ingressos e passagens, que já foram compradas. Segundo ele, a ideia do grupo é ficar em hostels, para gastar menos. 

Outro torcedor, Michael Fernando Neivert, diz que passará apenas oito dias na Rússia e também irá optar por fazer tudo sem a interferência de operadoras. O único problema, de acordo com ele, está sendo a compra de ingressos. 

"Conseguir ingressos para as fases iniciais parece estar bem mais tranquilo. Mas, no meu caso, que quero apenas as semifinais e final está bem mais difícil conseguir. As duas semis já garanti, me falta agora a final."

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Ainda mais econômicos, Ednei Arcoverde e Kelly Moraes acreditam que conseguirão curtir o Mundial gastando ainda menos. Ele, que planeja passar dez dias em Moscou e assistir a quatro jogos da primeira fase junto com três primos, afirma que cada um deve gastar em torno de 12 mil reais. Já Kelly, que irá com duas amigas, garante que não gastará mais do que 10 mil. 

"Montamos a viagem por conta própria. Não ficaremos todo o período de copa, mas apenas até o dia 20 de junho. Embarcaremos em 30 de maio. Começamos o nosso planejamento em maio deste ano e, em junho, reservamos as hospedagens (conseguimos boas opções com bons preços). Aproveitaremos para conhecer os países bálticos antes de irmos para a Rússia. Compramos passagem na modalidade múltiplos destinos (RJ-Helsinque; Moscou-RJ), com conexão em Londres, por R$ 3.716,00. Serão 25 dias de viagem e o orçamento não passará de 10 mil reais, já contando com passagens internas, hospedagem, alimentação, souvenir e ingresso para um jogo da primeira fase", explicou ela à Sputnik.

Em defesa das agências, a Agaxtur afirma que, por ser a Rússia um país de língua muito diferente e um destino pouco conhecido dos brasileiros, seria recomendável que os interessados procurassem ajuda especializada, inclusive "para não correr qualquer risco de problemas futuros com a estadia e os ingressos". Assim como a Stella Barros, a empresa explica que os pacotes disponibilizados para a Copa variam muito conforme o voo, a categoria de hotéis, a duração e os serviços. 

"Alguns compram para a primeira fase apenas, são os pacotes mais simples e de menor duração. São seis noites. Outros preferem arriscar e comprar pacotes mais completos, que podem incluir até a final. Esses podem custar mais de 30 mil euros, com ingressos, por pessoa", informou a assessoria da Agaxtur.

A FIFA informou que 24 horas depois da retomada da venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2018, um total de 159.402 ingressos (98% do estoque atualmente disponível) foi alocado para fãs de todo o mundo através do FIFA.com/tickets.

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