Em entrevista à Agência Reuters, o ministro chamou o grupo militante xiita Hezbollah é um "subsidiário" do Corpo de Guardas da Revolução Iraniana, e disse que a Arábia Saudita está atualmente consultando seus aliados para decidir como poderá usar a força contra o movimento libanês, se necessário. Acrescentou que Riad tomará uma decisão "a tempo".
"Você não pode ter uma milícia com uma força militar que opera fora do escopo do governo", disse ele. "Vemos o Hezbollah sequestrando o sistema bancário libanês para lavar dinheiro, vemos o Hezbollah sequestrando os portos libaneses para contrabandear drogas, vemos o Hezbollah envolvido em atividades terroristas e interferindo na Síria, no Bahrein e no Iêmen".
O chanceler saudita continuou, afirmando que "a menos que Hezbollah desarme e se torne um (somente) partido político, o Líbano será refém do Hezbollah e, por extensão, do Irã".
Jubeir acrescentou dizendo que seu país decidiu agir em resposta ao que chamava de comportamento cada vez mais agressivo do Irã na região, particularmente no Iêmen e no Líbano.
"De qualquer forma que você olha para eles, eles [os iranianos] são os que estão agindo de maneira agressiva. Estamos reagindo a essa agressão e dizendo 'basta'", disse ele.
O papel de Riad na contínua crise política libanesa permanece obscuro. No início de novembro, o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, renunciou abruptamente a um anúncio surpresa feito durante uma visita à capital saudita. Ele permaneceu no reino desde então.
Esta situação deu origem a especulações de que o político não estava agindo de sua própria vontade. Na quarta-feira, o presidente do Líbano, Michel Aoun, disse que considera Hariri "detido" pelos sauditas, pois "nada justifica" sua "falta de retorno por 12 dias".
Depois de anunciar sua renúncia, Hariri acusou o Irã e o Hezbollah de um "desejo de destruir o mundo árabe" e disse que temia por sua vida. As autoridades sauditas acusaram o grupo de "sequestrar" o Líbano.
Em resposta, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, denunciou toda a situação em torno da demissão de Hariri, uma "intervenção saudita sem precedentes" nos assuntos internos do Líbano. Ele também acusou Riad de tomar Hariri "prisioneiro" na tentativa de "impor sua vontade ao governo libanês".
Na quinta-feira, Jubeir disse que a renúncia de Hariri foi sua própria decisão, acrescentando que o político libanês decidiria independentemente quando retornar à sua pátria. O ministro saudita também rejeitou todas as alegações sobre a Arábia Saudita que detém Hariri como "sem fundamento".
As tensões em torno das demissões de Hariri foram parcialmente desarmadas quando o político concordou em visitar a França com o convite do presidente Emmanuel Macron. Uma porta-voz da Presidência francesa disse na quarta-feira que Hariri chegaria em Paris "nos próximos dias". Após a notícia, Aoun expressou sua esperança de que este movimento acabaria com a crise política do Líbano.
Depois de sua visita a Paris, espera-se que Hariri volte para Beirute para apresentar oficialmente sua renúncia. Anteriormente, Aoun disse que não aceitaria a demissão de Hariri até que ele apresente a sua chegada na capital libanesa.