O procurador-geral de Teerã, Jafari Dolatabadi, informou que o tribunal revolucionário da capital condenou à morte um agente da Mossad que tinha entregado à inteligência israelense dados secretos sobre 30 pessoas, militares e cientistas, que trabalham no programa nuclear iraniano.
Emad Abshenas, cientista político, acredita que Israel visa minar o programa nuclear iraniano.
"Mais importante do que o programa nuclear são os físicos que trabalham no ramo militar. São precisamente estes ‘cérebros', mais as tecnologias e equipamentos, que constituem a arma mais importante do país. Se os israelenses quiserem acabar com alguma tecnologia, é só afastar estes cientistas", explicou Emad Abshenas.
Ele apontou que, apesar de o Irã ter assinado o acordo nuclear, o país não perdeu suas tecnologias e que único jeito de "paralisar" qualquer país em alguma área é liquidar os cientistas que dela se ocupam.
No entanto, Vladimir Mesamed, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, lembrou que Israel nunca confirmou nem negou que seus serviços de inteligência têm relação com os assassinatos de cientistas iranianos.
Para outro professor e analista político, doutor Barhani, os países da região têm que fazer frente às ações de Israel. Doutor Barhani frisa que, para Israel, o terror é uma coisa habitual e que este país não abdicará de assassinatos e crimes para alcançar seus objetivos.
"Houve vários casos de assassinatos de cientistas antes. E não apenas de iranianos. Os assassinatos aconteceram também em outros países, por exemplo, no Egito. O objetivo de Israel é impedir que outros países da região obtenham tal poder que possam mudar a situação na região", destacou.
Entre as medidas que podem ajudar a resistir a Israel. o doutor Barhani indica cooperação regional, especialmente na área da inteligência e troca de dados.