O primeiro-ministro Hun Sen, cada vez mais próximo de se tornar um ditador, declarou à imprensa que "acolhe e incentiva os EUA a cortar todos os auxílios" ao Camboja, de acordo com o portal Abc.net.au.
A Casa Branca já tinha anunciado sua intenção de cortar a ajuda monetária de US$1,8 milhão em apoio às próximas eleições gerais de 2018, uma resposta ao governo déspota de Sen, que exigiu à Suprema Corte do país declarar ilegal o principal grupo de oposição, Partido do Resgate Nacional do Camboja (CNRP). Em 2014, o Departamento de Estado dos EUA enviou cerca de US $ 77,6 milhões para investimentos em projetos educacionais, serviços governamentais, redes de saúde, crescimento econômico e desarmamento de bombas deixadas pelos americanos pós-guerra.
Contudo, a avalanche de dinheiro chinês no país deu sobrevida ao governo de Hun, protagonista da cena política local desde 1985.
"Este é o fim da democracia no Camboja", disse o porta-voz do CNRP, Yim Sovann, citado pelo National Post, depois que seus líderes foram presos e acusados pelo governo de traição.
O Camboja já sofreu com uma sangrenta ditadura anteriormente. Entre os anos de 1975 a 1979, o país foi dominado pelo Khmer Vermelho. O período ficou marcado pela morte de quase 2 milhões de pessoas em execuções políticas, trabalhos forçados e em decorrência da fome que assolou o país. As ações do Khmer Vermelho são costumeiramente qualificadas como genocídio e foram objeto do filme First They Killed My Father (Primeiro eles mataram meu pai), dirigido por Angelina Jolie e representante do Camboja no Oscar de 2018.