A Sputnik Brasil procurou algumas dessas principais indústrias e mostra agora alguns dos principais produtos de seus portfólios. Assim como em outros países, cifras e volumes são assuntos tabus quando se fala em exportação de armamentos, que incluem não só armas leves como pistolas e revólveres, assim como material mais pesado, como aviões, foguetes, blindados, fuzis e rifles. O Oriente Médio continua sendo o principal mercado para as vendas brasileiras no tocante a equipamento militar, enquanto os Estados Unidos são o principal destino das armas leves.
Fundada em 1939, a Taurus, sediada em São Leopoldo (RS), é uma das empresas com longa tradição em exportação. Com um quadro de 2.600 funcionários, vende para mais de 85 países, e nos últimos anos informa ter investido mais de R$ 100 milhões em infraestrutura, gestão e desenvolvimento de produtos. O mercado americano, em especial o de pistolas e revólveres, é um dos principais para a empresa, que conta até com uma unidade na Flórida para atender à demanda do local.
Outro nome ouvido pela Sputnik Brasil foi a Imbel, empresa vinculada ao Ministério da Defesa e que tem no Exército o principal cliente. Com 2.200 funcionários, tem sede em Brasília e cinco unidades de produção nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Seus armamentos mais vendidos são os fuzis 5,56 IA2 para as Forças Armadas e órgãos de segurança pública e as pistolas 380 GCMD2 para clientes privados.
No momento, a Imbel não está vendendo para o exterior. A empresa informa que as exportações nos últimos três anos se limitaram a peças de reposição do fuzil FAL 7,62 para países da Oceania e da África e pólvora para um país sul-americano que não identificou. Fazem parte ainda do portfólio da Imbel sistemas e equipamentos de comunicações e eletrônica, explosivos e acessórios, carabinas e pistolas, facas de campanha e munições pesadas para morteiros (calibres 60, 81 e 120 mm), artilharia (105 mm e 155 mm) e carros de combate (com poder de fogo de 90 mm).
No setor de aviação, a Embraer é hoje referência internacional também na área militar graças a dois de seus principais produtos: o turboélice A-29 Super Tucano e o cargueiro KC-390, uma aeronave de transporte multimissão, projeto desenvolvido em parceria com Portugal, Argentina e República Tcheca, destinado a concorrer diretamente com o Hercules C-130.
Em resposta aos questionamentos da Sputnik Brasil, a Embraer informou que não comenta possibilidades de negócios, mas informa que o Super Tucano está em operação em 13 países, entre eles Afeganistão e Colômbia, onde é utilizado não só como treinamento para pilotos, como para missões de ataque a alvos terrestres e apoio a tropas, como a Sputnik apurou. O A-29 Super Tucano tem 230 unidades vendidas. Segundo a empresa, em mais de dez anos de operação, o modelo, que oferece mais de 150 configurações de armamentos, já contabiliza mais de 320 mil horas de voo e 40 mil em combate.
Em relação ao KC-390, a Embraer informa que ele pode transportar até 26 toneladas de carga a uma velocidade de 870 km/h com capacidade para operar em ambientes hostis, incluindo pistas não preparadas ou danificadas. O KC-390 encontra-se em fase de certificação, já recebeu 28 encomendas firmes e cartas de intenção para outras 32 unidades, algumas de Portugal, conforme fontes próximas às negociações.
Também procurada pela Sputnik Brasil, a Avibras foi fundada em 1961 por um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e teve entre seus primeiros projetos os aviões Alvorada e Falcão. A empresa se consolidou também ao participar de programas espaciais e telecomunicações. Com unidades em Jacareí e Lorena (SP) fabrica hoje foguetes, sistemas de defesa antiaérea, veículos blindados e outros componentes de alta tecnologia. A empresa informou, porém, que não comentaria o andamento de negócios e projetos.