Muçulmanos não são 'completamente humanos', afirma político na Suécia

© AP Photo / Alessandro FucariniMuçulmanos participando de uma oração em conjunto em Palermo, na Itália
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O político Martin Strid, dos Democratas Suecos anti-imigração (SD), fez comentários ofensivos contra a comunidade islâmica em uma conferência nacional do partido. E tal declaração foi tão ofensiva que até mesmo os próprios membros da legenda cogitam a sua expulsão.

Dirigindo-se à uma multidão de militantes, Strid disse, de acordo com várias fontes locais, que há uma escala de humanidade de 1 a 100, que os muçulmanos podem ser classificados e que nem todos eles são 100% humanos.

"Em uma ponta da escala você é 100% humano, uma pessoa, tudo que faz parte desse conceito. Por outro lado, você é 100% muçulmano", disse ele. Ele continuou dizendo que "todos os muçulmanos estão em algum lugar dessa escala", com militantes do Daesh "perto de ser 100% muçulmano".

E ele não havia terminado.

"Se você é ex-muçulmano, você veio muito longe para ser totalmente humano", ao mesmo tempo em que afirmou que queria "libertar os muçulmanos do Islã", o objetivo é que eles se juntem à SD em vez disso.

O discurso inflamado de Strid foi registrado pela emissora sueca SVT e foi compartilhado online, em uma instância pelo grupo Inte rasist, men (Não racista, mas) cuja missão é "mostrar a fonte inesgotável de humor e horror que os Democratas da Suécia defendem".

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Os membros do SD distanciaram-se dos comentários de Strid, com o secretário do partido Richard Jomshof definindo-os como "racistas" e esperando que Strid fosse expulso do SD. O líder do partido, Jimmie Åkesson, ecoou esses sentimentos, dizendo em entrevista à SVT que os comentários de Strid "podem ser os piores que já ouvi em um contexto desse tipo" e que é "muito próximo do racismo".

Por sua parte, Strid pediu desculpas por suas observações.

"Foi muito lamentável e eu me expressei muito desajeitadamente", informou a mídia local, citando uma entrevista dele para a agência de notícias TT. Strid disse ainda que ele estava ciente de que seu discurso poderia ser interpretado como dizendo que os muçulmanos não são 100% humanos.

"Eu percebi [isso] e é muito lamentável. Conheço muitos muçulmanos e sou um bom amigo. As pessoas são pessoas, é claro", disse ele.

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