"A Arábia Saudita não teve êxito no Qatar, não teve êxito no Iraque, na Síria e recentemente no Líbano. Em todas essas áreas, eles não tiveram sucesso", disse Rouhani em uma entrevista ao vivo na televisão estatal. "Então eles querem encobrir suas derrotas".
O reino muçulmano sunita da Arábia Saudita e o Irã xiita estão de volta aos lados rivais nas guerras e crises políticas em toda a região.
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita chamou o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, "o novo Hitler do Oriente Médio" em uma entrevista ao jornal estadunidense New York Times publicada na semana passada, aumentando a guerra de palavras entre os rivais.
As tensões aumentaram neste mês quando o primeiro-ministro aliado saudita do Líbano, Saad Hariri, renunciou em uma transmissão de televisão em Riad, citando a influência do Hezbollah no Líbano e os riscos para sua vida.
O Hezbollah chamou o movimento de um ato de guerra criado pelas autoridades sauditas, uma acusação que os sunitas do reino negaram. Hariri retornou ao Líbano na semana passada e suspendeu sua renúncia, mas continuou com suas críticas ao Hezbollah.
O Irã, o Iraque, a Síria e a Rússia formam uma linha de resistência na região que trabalhou em direção à estabilidade e alcançou "grandes realizações", disse Rouhani na entrevista, que estava revisando seus primeiros 100 dias no cargo em seu segundo mandato.
Críticas internas
Separadamente, Rouhani defendeu a resposta de seu governo a um terremoto no oeste do Irã há duas semanas, um grande desafio para sua administração.
O tremor de magnitude 7,3, o pior do Irã em mais de uma década, matou pelo menos 530 pessoas e feriu milhares. A resposta do governo tornou-se um raio para os rivais de linha dura de Rouhani, que disseram que o governo não respondeu de forma adequada ou rápida ao desastre.
O líder supremo Khamenei, a maior autoridade no Irã, também criticou a resposta do governo.
Os meios de comunicação de linha dura destacaram o papel desempenhado pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, o corpo militar mais poderoso do Irã e uma potência econômica no valor de bilhões de dólares, ajudando as vítimas do terremoto.
Os ministérios do governo forneceram cuidados de saúde para as vítimas e a habitação temporária foi enviada para a zona do terremoto, mas ainda existem problemas, disse Rouhani na entrevista.