Aproximar-se dissimuladamente, desembarcar muito rapidamente e manter as posições até à chegada das forças principais é o que na maioria dos casos fazem os fuzileiros navais. Durante os 300 anos de sua história, este tipo de tropas passou por muitas reformas. Hoje em dia, eles são soldados excelentemente preparados, cuja tática de ação foi treinada em múltiplas guerras e conflitos.
Um exército dentro do exército
O principal segredo da elevada eficácia destas tropas consiste em ações muito bem coordenadas, ou seja, podemos falar de um exército compacto, excelentemente equipado e organizado, dentro do exército russo. Recebida a ordem, os fuzileiros navais russos são capazes de atacar e derrotar o inimigo instantaneamente. De fato, são as únicas tropas na estrutura do exército russo que podem desembarcar tanto por mar, como do ar.
Conforme a estatística, apesar de os fuzileiros navais atuarem nos locais mais perigosos, o nível de baixas entre os soldados é mínimo em comparação com as outras tropas.
"A infantaria naval é excelente porque consiste de vários tipos de forças unidos sob um mesmo comando", explica o ex-comandante de um batalhão de assalto de fuzileiros navais, coronel Viktor Vdovkin, à Sputnik.
"Tem tudo: tanques, artilharia, inteligência, paraquedistas e fuzileiros, a infantaria que desembarca por mar. Os comandantes das brigadas treinam a interação completa de todo o tipo de forças", adicionou.
Ataque a partir do mar
Desde os tempos da Segunda Guerra Mundial, a tática dos fuzileiros navais mudou significativamente. Com o surgimento das novas tecnologias e equipamentos sofisticados, o poderio dos ataques aumentou consideravelmente.
A operação começa habitualmente com o desembarque de nadadores de engenharia que limpam o fundo e as águas costeiras do arame farpado e outros obstáculos perigosos, assim como abrem corredores em campos de minas. Depois a costa é "trabalhada" com fogo maciço da artilharia e aviação naval; os alvos detectados antecipadamente pela inteligência são atacados com mísseis de cruzeiro.
Logo após o bombardeio da artilharia se segue o desembarque por ar dos destacamentos de assalto e de reconhecimento, cuja tarefa principal consiste em cortar as vias de comunicação entre a retaguarda e a frente do inimigo e eliminar postos de comando. Para pegar de surpresa o adversário, também se usa o chamado desembarque "sem paraquedas", que se realiza de helicópteros que voam apenas a dois metros sobre a terra.
O último passo é o desembarque anfíbio dos navios das forças principais que se concentram em uma "força de ataque", rompem as linhas da frente do inimigo, ampliam a testa de ponte e fortificam suas posições.
Na linha da frente
As frotas russas do Pacífico, Norte, Báltico e do Mar Negro, bem como a Flotilha do Cáspio, têm suas brigadas de fuzileiros navais. Na Síria eles garantem a segurança da base russa de Tartus e da base aérea de Hmeymim.
Os fuzileiros navais contam sempre com material e armamento muito modernos e sofisticados. Para transportar os efetivos até à costa se usam principalmente navios de desembarque, tanto grandes como pequenos. O mais recente deles, o navio de desembarque grande Ivan Gren, do projeto 11711, passou pelos testes no Báltico. Este navio pode garantir o desembarque anfíbio de efetivos e equipamento pesado usando pontões. O navio pode transportar até 300 fuzileiros navais e 36 veículos blindados ou 13 tanques. A bordo se baseia um helicóptero de transporte e desembarque.
Como a situação no mundo muda a cada momento, o Ministério da Defesa da Rússia presta muita atenção ao rearmamento destas tropas. Não se pode excluir que no futuro os fuzileiros navais farão parte das unidades muito potentes que protegerão os interesses da Rússia nas regiões estrategicamente difíceis, inclusive no Ártico.