Segundo a empresa sueca, o contrato prevê um programa de transferência de tecnologia cujo objetivo é “oferecer à indústria aeroespacial brasileira a tecnologia e o conhecimento necessários para manter e desenvolver os aviões Gripen no Brasil”. Para a Saab, um dos marcos importantes deste programa é a abertura do Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN) no Brasil.
Informações prestadas pela Força Aérea Brasileira à Sputnik Brasil revelam que este Centro foi montado na cidade de Gavião Peixoto, em São Paulo. Na avaliação da FAB, “o Centro é considerado o principal marco no processo de transferência de tecnologia entre Brasil e Suécia” e, quando estiver em pleno funcionamento, cerca de 300 engenheiros e técnicos estarão trabalhando no desenvolvimento das aeronaves Gripen NG. A Força Aérea também informou que “das 36 unidades adquiridas pelo Brasil, 23 serão produzidas pela Embraer, sendo 15 totalmente fabricadas aqui” com este processo de transferência de tecnologia.
Para pilotar os aviões Gripen, a Força Aérea Brasileira montou o Grupo Fox, liderado pelo Tenente-Coronel Renato Leal Leite. O Grupo iniciou os trabalhos efetivos em janeiro deste ano “no Comando de Preparo (Comprep), em Brasília (DF), na coordenação de implantação do caça, que por aqui recebeu a designação de F-39”.
Nas palavras do Tenente-Coronel Renato Leal Leite, “o Gripen não é apenas um avião, é um sistema. E o nível de complexidade dele é grande. O trabalho do Grupo Fox vai ajudar a operação ocorrer em sua plenitude”. O militar define o F-39 [denominação no Brasil do Gripen NG] como “um avião com capacidade multi-missão: defesa aérea, ataque e reconhecimento”.
Ainda segundo a Aeronáutica, “outra atribuição será o assessoramento aos “grandes comandos” da FAB em relação à infraestrutura a ser disponibilizada na Ala 2 (antes denominada de Base Aérea de Anápolis), em Goiás”. A base será a primeira a receber o F-39 e a meta é garantir o início da operação de maneira efetiva.
O Tenente-Coronel Renato Leal Leite também declarou que o “F-39 possui recursos operacionais que podem ser considerados sistemas revolucionários e, por isso, o Grupo Fox, que o oficial comanda, terá a missão de se entrosar com os demais órgãos da FAB para realização de estudos a respeito das capacidades possibilidades da aeronave F-39 com objetivo de desenvolver conteúdo doutrinário a ser proposto para a operação do novo avião”.