"A decisão estúpida de Trump será a grande faísca para remover essa entidade [Israel] do corpo da nação islâmica e uma razão legítima para atacar as forças americanas", disse Akram al-Kaabi, líder da organização iraquiana, citado pela Agência Reuters.
Os EUA, que lidera uma operação em larga escala contra o Daesh no Iraque, tem cerca de 5.200 soldados no país, de acordo com a última declaração do Departamento de Defesa norte-americano.
Composta na sua maioria por iraquianos, a organização Hakolat Hezbollah al Nujaba tem cerca de 10.000 militantes, de acordo com dados da Reuters. Fazendo parte das Forças de Mobilização Popular apoiadas pelo Irã (PMF), o grupo é considerado uma das milícias mais importantes do Iraque.
Em novembro, o congressista republicano Ted Poe, da Câmara dos Deputados dos EUA, propôs a imposição de "sanções relacionadas ao terrorismo" contra a milícia iraquiana. O texto do documento diz que o Hakolat Hezbollah al Nujaba é "uma facção afiliada" da organização terrorista estrangeira designada pelos EUA Kata'ib Hezbollah, que também luta com o PMF.
O líder do Hakolat Hezbollah al Nujaba, Akram al-Kaabi, foi designado anteriormente pelo Departamento do Tesouro "por ameaçar a paz e a estabilidade do Iraque". O projeto diz que Kaabi participou de "ataques de mísseis e coxos múltiplos" na Zona Verde em Bagdá, em 2008.
Na quarta-feira, Donald Trump anunciou oficialmente sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, para onde planeja mudar a embaixada dos EUA. O presidente admitiu que a decisão causaria dissidência, mas diz que poderia ajudar a resolver o conflito árabe-israelense.
Várias potências mundiais, incluindo a Alemanha, a Turquia e a Rússia, expressaram uma grande preocupação com a decisão do governo Trump.
Na quinta-feira, o governo iraquiano exigiu que os EUA anulassem sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
"Nós advertimos contra as perigosas repercussões desta decisão sobre a estabilidade da região e do mundo", diz uma declaração do governo. "O governo dos EUA deve voltar atrás nesta decisão para impedir qualquer escalada perigosa que alimente o extremismo e crie condições favoráveis ao terrorismo".