"Eu já ganhei do Lula duas vezes e temos energia para combatê-lo cara a cara. Eu prefiro combatê-lo na urna do que vê-lo na cadeia", disse FHC na convenção do partido, realizada neste sábado em Brasília, em declarações reproduzidas pelo jornal O Globo.
Defensor da candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tanto para a presidência do PSDB nacional quanto ao pleito ao Palácio do Planalto no ano que vem, o tucano abordou em um forte discurso a necessidade da sigla em se reconectar com a sociedade brasileira, que está "enojada e irritada".
"O povo está enojado e irritado como todos nós. Sente como uma grande traição nacional. Temos que respeitar a percepção popular. As pessoas querem coisas simples: decência, transporte, segurança, trabalho", comentou FHC, sendo ovacionado pela militância presente à convenção.
O ex-presidente do país entre 1994 e 2002 aproveitou a oportunidade para reconhecer que o PSDB cometeu erros e que deve corrigi-los "com humildade". Sem mencionar nomes – alvo da Operação Lava Jato, o senador Aécio Neves (MG) foi vaiado e ficou apenas 40 minutos no evento –, FHC disse que o Brasil "atingiu um nível insuportável".
Na opinião do tucano, é hora de "dar um basta em tudo isso" e é necessário ouvir o povo, para que possa ser possível que o partido mostre quem ele realmente é. Ele aproveitou para criticar a classe política e reforçar a necessidade de aprovação da Reforma da Previdência, outro tema que divide a legenda na Câmara dos Deputados.
"As estruturas partidárias estão envelhecidas. Temos que nos reconectar e enfrentar os temas como eles são […]. A situação está insustentável. Temos que votar a reforma, com uma outra emenda, mas não podemos fechar os olhos e ceder à pressão das corporações. O mercado é importante, mas nosso guia tem que ser a geração de trabalho, o desenvolvimento. Não podemos fazer o país avançar se não tivermos uma estratégia", ressaltou.
Embora tenha indicado que respeita a intenção do ex-senador tucano Arthur Virgílio de disputar prévias internas no PSDB, FHC elogiou e indicou a sua preferência por Alckmin para ser o candidato tucano à Presidência da República em 2018.
"Precisamos de candidatos que sejam simples, diretos. Geraldo é simples, conheço há décadas, nunca mudou. É um ser humano. Precisamos de gente assim", afirmou.