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General Mourão volta a falar em intervenção militar e Jungmann indica punição (VÍDEO)

© Foto / Agência Brasil/Valter CampanatoMinistro da Defesa, Raul Jungmann, visita o sistema integrado de sensoriamento (Sisfron) próximo à fronteira com o Paraguai (foto de arquivo)
Ministro da Defesa, Raul Jungmann, visita o sistema integrado de sensoriamento (Sisfron) próximo à fronteira com o Paraguai (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Protagonista de uma polêmica em setembro, o general do Exército Antônio Hamilton Mourão voltou a sugerir que as Forças Armadas possam participar de uma intervenção militar no Brasil, caso se instale uma situação de "caos" no país.

"Se o caos for ser instalado no país... E o que a gente chama de caos? Não houver mais um ordenamento correto, as forças institucionais não se entenderem, terá que haver um elemento moderador e pacificador nesse momento [...]. Mantendo a estabilidade do país e não mergulhando o país na anarquia. Agindo dentro da legalidade, ou seja, dentro dos preceitos constitucionais, e usando a legitimidade que nos é dada pela população brasileira", disse.

A declaração foi feita na última quinta-feira, em uma palestra intitulada "Uma visão daquilo que me cerca", realizada no Clube do Exército, em Brasília, a convite do grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais). Durante o evento, segundo o jornal Folha de S. Paulo, Mourão teceu muitas críticas aos governos do PT (Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) e de Michel Temer (PMDB).

"Não há dúvida que atualmente nós estamos vivendo a famosa 'Sarneyzação'. Nosso atual presidente [Michel Temer] vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e, mediante o balcão de negócios, chegar ao final de seu mandato", afirmou o militar, que tinha na plateia vários oficiais da reserva e Joseita Ustra, viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra – citado pela Comissão Nacional da Verdade como um dos grandes torturadores da ditadura.

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Mourão afirmou que Lula, "sobrevivente ao mensalão, ele achou que podia tudo", e que a polícia brasileira "vive o pior dos mundos". "Porque, se ela atua em força contra o bandido, ela é estigmatizada pela imprensa. E, se ela cruza os braços, ela é omissa", continuou.

Assim como no episódio de setembro, o general ressaltou que cabe às Forças Armadas o papel de "elemento moderador e pacificador", agindo "dentro da legalidade". Por ora, isso não estaria sendo necessário. "Por enquanto nós consideramos que as instituições têm que buscar fazer a sua parte", explicou.

Na época da primeira polêmica, o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, informou que Mourão não seria punido por suas declarações. Há dois anos, o general perdeu o posto no Comando Militar do Sul, em razão de críticas feitas à época contra Dilma Rousseff.

A reincidência de Mourão já chegou ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, que indicou em uma postagem no Twitter que o general pode ser punido pela sua nova fala sobre uma possível intervenção militar no país.

Bolsonaro

Questionado ainda mais sobre política, Mourão elogiou a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) à Presidência da República em 2018, destacando que o parlamentar "é um homem que não tem telhado de vidro, não esteve metido nessas falcatruas e confusões".

"Ele terá que se cercar de uma equipe competente. [...] Obviamente, nós, seus companheiros, dentro das Forças [Armadas], olhamos com muito bons olhos a candidatura do deputado Bolsonaro", opinou o general, que por sua vez não descartou ele próprio entrar para a política.

"Eu apenas digo uma coisa: não há portas fechadas na minha vida", afirmou, há alguns meses de passar para a reserva militar – o que lhe permitirá participar das eleições, algo vedado a oficiais da ativa.

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