Neste artigo a Sputnik explicará por que o exército russo não descarta a utilização deste tipo de armas.
Distâncias incríveis
Hoje em dia, a Rússia possui vários sistemas de artilharia cujos projetis, quando disparados à distância máxima, podem atingir uma altitude impressionante. De fato, uma parte da trajetória de seu voo alcança as camadas superiores da estratosfera, onde o ar é rarefeito e sua resistência é mínima. Este fator contribui positivamente para o alcance do tiro.
"Se falarmos da artilharia, os nossos sistemas Koalitsia-SV e Pion são capazes de lançar projetis a altitudes estratosféricas. Por exemplo, o projetil do Pion alcança de 30 a 32 quilômetros", explicou o especialista militar Viktor Murakhovsky.
O alcance de tiro da peça autopropulsada de 203 mm 2S7 Pion atinge 47 quilômetros, mas quanto ao alcance do obus de calibre 152 mm Koalitsia-SV, este conseguiu disparar, durante testes, o projetil a uma distância de… 70 quilômetros. E o alvo foi atingido!
No momento, este é o recorde quanto a peças autopropulsadas desde calibre. Aproximando-se em termos de capacidades dos mísseis táticos-operacionais, estes obuseiros podem servir perfeitamente para ataques contra postos de comando do inimigo, supressão de defesa antiaérea e antimíssil, destruição de vias de abastecimento e assim por diante.
Se compararmos com o obuseiro autopropulsado norte-americano de 155 mm M109 Paladin, sua distância máxima corresponde a 30 quilômetros. O obuseiro britânico A S90 Braveheart não supera 40 quilômetros, o AMX AuF1T francês alcança 35 quilômetros.
Escolha econômica
De acordo com especialistas, no momento não tem como substituir a artilharia clássica e no futuro próximo isso também será difícil. Apesar da alta precisão e eficácia, os sistemas de mísseis táticos-operacionais modernos, tais como Tochka-U e Iskander, são muito complexos de fabricar e são caros. Então, eles não podem competir com canhões quando se trata de operações militares de grande escala. Também cumprem missões diferentes.
Segundo explicou Murakhovsky, mísseis geralmente são usados contra os alvos mais importantes do inimigo, tais como grandes postos de comando. Quanto à artilharia, a distâncias máximas esta dispara contra tais objetivos como lançadores de mísseis, armazéns de munições, etc.
"Quando é preciso lidar com um inimigo bem equipado tecnologicamente, este vai desligar rapidamente todas as ondas de rádio e sinais de GPS ou GLONASS. […] É aí que serve a boa e velha artilharia."
De alta precisão
Contudo, quanto à modernização destas armas, ela está em curso. Por exemplo, os construtores planejam equipar os novos obuseiros com projetis nos quais são implementados circuitos integrados que ajustam a trajetória de voo. O disparo é feito superando a distância necessária e com ligeiro afastamento do alvo, depois o projetil ajusta sua trajetória devido às coordenadas programadas no circuito integrado.
Entre outras inovações, vale destacar a instalação de um radar no obuseiro. Este monitoriza em tempo real o projetil durante o voo por quase toda a sua trajetória e calcula as coordenadas do local atingido. O projetil seguinte já é disparado considerando os ajustes.