Analista: situação em torno de Jerusalém está 'esquentando'

© Sputnik / J. KargyarManifestantes põem fogo em uma réplica da bandeira dos EUA durante ato de protesto em Cabul, Afeganistão, em 8 de dezembro de 2017
Manifestantes põem fogo em uma réplica da bandeira dos EUA durante ato de protesto em Cabul, Afeganistão, em 8 de dezembro de 2017 - Sputnik Brasil
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A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) apelou para que Jerusalém Oriental seja reconhecida como a capital da Palestina. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista Dmitry Mariyasis falou sobre prováveis consequências dessa decisão.

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A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) afirmou que após a decisão da Casa Branca sobre a transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém, Washington perdeu seu estatuto de mediador, em relação ao regulamento do conflito no Oriente Médio. Foi isso que estipulou a resolução aprovada durante a cúpula da OCI, realizada em Istambul.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou sobre a convocação de uma cúpula de emergência da organização na semana passada, após a decisão do líder estadunidense, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferir para lá sua embaixada de Tel Aviv.

O especialista em assuntos do Oriente Médio, Dmitry Mariasys, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik opinou que a evolução posterior vai depender dos planos dos EUA.

"Tudo vai depender dos próximos passos da administração de Trump. Quanto ao reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel, Trump o qualificou como o início de uma nova abordagem. Em minha interpretação, a administração agendou outros passos, algum tipo de programa. Por enquanto ele não foi anunciado, contudo, se ele existe de verdade, a situação vai 'esquentando'. Caso o programa seja igual a este primeiro passo que estamos discutindo já há uma semana, é certo que a situação não vai melhorar. Porém, se tudo permanecer como está agora (há uma declaração, mas não está claro, quando a embaixada será transferida, já que por enquanto ainda não receberam ordens de se preparar para a mudança), ou seja, trata-se de declarações vazias, então é apenas uma tempestade em um copo de água […] Em seguida, tudo gradualmente vai se acalmar", acredita Dmitry Mariasys.

De acordo com ele, Moscou possui neste conflito a postura mais adequada.

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"Em abril, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que em meio ao processo de paz, a Rússia está disposta a reconhecer Jerusalém Oriental como a capital do futuro estado árabe e considerar Jerusalém Ocidental como a capital de Israel. Mas o fará no contexto de resolução pacífica. Esta é uma abordagem equilibrada", frisou Dmitry Mariasys.

Em 1949, Israel declarou Jerusalém como sua capital. Por sua vez, a Palestina designa a parte oriental da cidade como sua capital, que em 1967, Israel arrancou da Jordânia e anexou.

A comunidade internacional não reconhece esta anexação e acredita que a disputa deva ser resolvida por meio de negociações entre os palestinos e israelenses.

Em 1995, o Congresso dos EUA decidiu reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Contudo, todos os presidentes norte-americanos, inclusive Trump, regularmente adiaram a assinatura dos documentos aprovando a transferência de sua embaixada. 

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