O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou sobre a convocação de uma cúpula de emergência da organização na semana passada, após a decisão do líder estadunidense, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferir para lá sua embaixada de Tel Aviv.
O especialista em assuntos do Oriente Médio, Dmitry Mariasys, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik opinou que a evolução posterior vai depender dos planos dos EUA.
"Tudo vai depender dos próximos passos da administração de Trump. Quanto ao reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel, Trump o qualificou como o início de uma nova abordagem. Em minha interpretação, a administração agendou outros passos, algum tipo de programa. Por enquanto ele não foi anunciado, contudo, se ele existe de verdade, a situação vai 'esquentando'. Caso o programa seja igual a este primeiro passo que estamos discutindo já há uma semana, é certo que a situação não vai melhorar. Porém, se tudo permanecer como está agora (há uma declaração, mas não está claro, quando a embaixada será transferida, já que por enquanto ainda não receberam ordens de se preparar para a mudança), ou seja, trata-se de declarações vazias, então é apenas uma tempestade em um copo de água […] Em seguida, tudo gradualmente vai se acalmar", acredita Dmitry Mariasys.
De acordo com ele, Moscou possui neste conflito a postura mais adequada.
Em 1949, Israel declarou Jerusalém como sua capital. Por sua vez, a Palestina designa a parte oriental da cidade como sua capital, que em 1967, Israel arrancou da Jordânia e anexou.
A comunidade internacional não reconhece esta anexação e acredita que a disputa deva ser resolvida por meio de negociações entre os palestinos e israelenses.
Em 1995, o Congresso dos EUA decidiu reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Contudo, todos os presidentes norte-americanos, inclusive Trump, regularmente adiaram a assinatura dos documentos aprovando a transferência de sua embaixada.