A Organização Mundial da Saúde (OMS) se manifestou por meio de um relatório preliminar sobre o tema. No documento, pesquisadores rebatem a tese do DEA quanto ao canabidiol, substância não-psicoativa da maconha muito utilizada para tratamento de convulsões crônicas e mal de Parkinson. Para autoridades dos EUA, o medicamento se enquadra na Lista I de substâncias, uma categoria de produtos que não tem valor fitoterápico e que podem causar dependência.
Ao contrário do tetraidrocanabinol (THC), o componente na maconha que cria as sensações delírios e deixa as pessoas eufóricas, o uso de cannabidiol sozinho não proporciona o mesmo efeito. De fato, acredita-se que o canabidiol afeta o sistema endocanabinoide, um grupo de neurotransmissores que se ligam aos receptores do sistema nervoso e afetam várias respostas psicológicas, incluindo o apetite, a dor, o humor e a inflamação do tecido.
Além disso, de acordo com o ECDD, há dados preliminares de que o canabidiol pode tratar a doença de Alzheimer, doença de Parkinson, ansiedade, dor, náuseas, doenças inflamatórias intestinais e artrite reumatoide. Há até alguns dados que sugerem que a substância poderia ajudar os viciados a abandonar o uso de opiáceos.
Em dezembro do ano passado, a DEA gerou um novo código de drogas para compostos de maconha, incluindo canabidiol puro, indicando que a agência, ignorando todas as evidências modernas, não modificaria sua posição de que os extratos de maconha fossem agrupados junto com drogas prejudiciais, incluindo heroína e cocaína.