O que está por detrás da estratégia de ameaças estadunidense contra Teerã?

© AFP 2023 / ISNA / Amin KhoroshahiMilitares iranianos se preparam para lançar um míssil (foto de arquivo)
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Os EUA vão promover uma coalizão internacional para enfrentar o Irã, informou recentemente a representante permanente de Washington na ONU, Nikki Haley, durante uma coletiva de imprensa. O cientista político iraniano Ali Reza Rezahah comenta a situação em entrevista à Sputnik.

"Formaremos uma coalizão para verdadeiramente nos opormos ao Irã e ao que elas [as autoridades iranianas] estão fazendo", declarou Haley durante uma coletiva de imprensa, transmitida pela emissora ABC, observando que os EUA têm provas de que Teerã usou determinadas armas em violação da resolução do Conselho de Segurança da ONU.

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De acordo com o analista iraniano, esta não é a primeira vez que a embaixadora "lança ameaças" em relação a Teerã. Na verdade, as ameaças são algo habitual na agenda estadunidense desde a vitória da Revolução Islâmica em 1979.

Assim, já existe uma coalizão internacional para enfrentar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), movimento que recebeu apoio financeiro do Irã, bem como o chamado bloco saudita-americano-israelense, do qual participam os países do Golfo Pérsico e os EUA.

No entanto, "Washington perdeu a sua credibilidade depois de invadir o Iraque sob pretexto da alegada presença de armas de destruição em massa no país, o que acabou por se revelar falso", frisou Rezahah.

Em opinião do especialista, os EUA não têm o direito de fazer quaisquer acusações contra Teerã.

"Já estava claro para a elite política internacional que os EUA costumam falsificar documentos e fatos, bem como acusar sem fundamentos os países ‘indesejáveis' para promover seus interesses", explicou.

O analista também indicou que a estratégia de Teerã não implica reagir agressivamente a qualquer mentira dos EUA. De acordo com Rezahah, a política externa iraniana se baseia nos princípios da Constituição do país, como, por exemplo, ajuda aos povos oprimidos, contribuição para a estabilidade e a paz, tanto dentro do Irã quanto nos países da região.

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"Então, qualquer envolvimento do Irã na resolução de crises nos países vizinhos se baseia nesses princípios, e a situação na Síria é a evidência mais sólida disso", disse o especialista.

Ele também enfatizou que atualmente "mesmo o Ocidente não pode negar o papel significativo" que Teerã tem desempenhado na resolução da crise e na luta contra o terrorismo na Síria. Rezahah também acrescentou que alguns analistas e políticos ocidentais já reconheceram a derrota da estratégia de Washington e Bruxelas no país árabe, já que "o apoio aos jihadistas por parte do Ocidente é evidente".

"A mídia prestigiada, como o The New York Times, o WP ou o The Guardian, escreve abertamente sobre o apoio que o Reino Unido e os EUA prestam, de forma direta ou indireta, aos terroristas", ressaltou, adiantando que "as acusações de Nikki Haley são totalmente ridículas".

Em relação à situação no Iêmen, Teerã já declarou reiteradas vezes que proporcionará toda a assistência necessária a este país, disse Rezahah.

"E a coisa mais importante é que qualquer incidente que aconteça na nossa região não significa que tenha sido por causa do Irã", concluiu.

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